A produção brasileira Ainda Estou Cá, dirigida por Walter Salles e estrelada por Fernanda Torres e Selton Mello, está em edital apresentando uma história real sobre desaparecimento político no período da ditadura militar brasileira (1964-1985). O filme é fundamentado no livro de Marcelo Rubens Paiva sobre seu próprio pai, vítima do regime.
Segundo Paulo Parucker, historiador e membro da Percentagem Anísio Teixeira de Memória e Verdade da Universidade de Brasília (UnB), filmes porquê Ainda Estou Cá chega para substanciar o catálogo de filmes brasileiros que denunciam a obituário do período militar, assim porquê Que Bom Te Ver Viva, O Pastor e o Guerrilheiro, O Varão Cordial e Memória Sufocada. “Ao abordar o tema da ditadura por meio de alguns de seus inúmeros aspectos, nos sacodem da frivolidade da vida diária e nos revelam um ‘pretérito que não passa’, uma violência impregnada em nossa formação cultural”, afirma o professor.
O enredo de Ainda Estou Cá conta a história de Eunice Paiva, vivida por Fernanda Torres na juventude e Fernanda Montenegro na vetustez. Mãe de cinco filhos, Eunice enfrenta a tragédia do desaparecimento de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello, durante o regime militar.
Para o historiador, esse tipo de memória cinematográfica “não nos deixa olvidar que, no Brasil, houve e há tortura, homicídio político, ocultação de cadáveres e outras gravíssimas violações de direitos humanos, não vasqueiro acobertadas por discursos moralistas e em nome de uma ordem que reproduz a desigualdade e de uma suposta proteção da família e dos valores tradicionais”.
Parucker considera ainda que filme chega em um momento que merece ter esse tipo de reflexão devido ao aumento do oração público de setores que sofrem de nostalgia dos anos de chumbo. “Não nos enganemos: as pessoas que apoiam e promovem a resguardo de regimes autoritários nunca deixaram de o fazer, ainda que, em dadas circunstâncias, a coisa fique mais inflamada e ganhe maior divulgação”, analisa.
Sucesso no Brasil e no mundo
Depois exibição no Festival de Veneza, foi ovacionado com 10 minutos de aplausos e venceu a categoria de Melhor Roteiro. A reação também foi calorosa na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, onde o filme ganhou o Prêmio do Público. A passagem nas salas nacionais de cinema vem sendo marcada por uma subida expectativa sobre a indicação do filme ao Oscar, porquê aconteceu em 1993 com “Médio do Brasil” do mesmo diretor.
O filme está em exibição nos cinemas brasileiros e, posteriormente a exibição em rotação pátrio, Ainda Estou Cá também será disponibilizado na plataforma Globoplay, ampliando o entrada para aqueles que preferem escoltar a produção via streaming.
Manancial: BdF Região Federalista
Edição: Flávia Quirino