A pesquisa entrevistou 1.145 eleitores de 16 anos ou mais, presencialmente, no Rio de Janeiro, de 13 a 16 de junho. A margem de erro é de 3 pontos percentuais. A pesquisa foi registrada junto à Justiça Eleitoral e protocolada sob o número RJ-04459/2024. A pesquisa foi encomendada pela Rádio Tupi.
Pesquisa Quaest divulgada nesta terça-feira (18) com as intenções de voto para a Prefeitura do Rio de Janeiro mostra que Eduardo Paes (PSD) aparece na frente entre 5 pré-candidatos, com 51% das intenções de voto. Na sequência, vêm Alexandre Ramagem (PL), que vai usar Delegado Ramagem como nome de urna, e Tarcísio Motta (PSOL), com 11% e 8%, respectivamente.
Esse é o caso de um cenário estimulado, em que são apresentadas opções para o entrevistado.
Considerando a margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, Ramagem e Tarcísio estão tecnicamente empatados.
Depois dos 3, aparecem na pesquisa Rodrigo Amorim (União Brasil) com 4% e Marcelo Queiroz (PP), com 2%. Outros 4% dos entrevistados disseram que estão indecisos e 20% afirmaram que votarão em branco, nulo ou não pretendem votar.
A pouco mais de seis meses das eleições municipais, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), vale-se do fato de ser o pré-candidato mais estabelecido na disputa para angariar, desde já, o apoio das principais lideranças evangélicas da cidade. Tem conversas avançadas, por exemplo, com o bispo Abner Ferreira, da Assembleia de Deus em Madureira, e com a Igreja Universal, vinculada ao partido Republicanos.
Mesmo bispos e pastores que não necessariamente vão pedir votos para o prefeito têm dificuldade de criticá-lo, seja pela relação cultivada ao longo dos anos ou o fato de ser visto como um nome difícil de polarizar na pauta de valores.
Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, o pastor Silas Malaafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, ilustra bem esse aspecto. Cortejado pelo PL, que tem como pré-candidato o deputado federal Alexandre Ramagem, ele não esconde o apreço pelo prefeito.
— Até o momento só tem bem definido como candidato o prefeito Paes, de quem sou amigo há muito anos. Quando me perguntam se vou apoiá-lo, digo que ainda estou verificando. Sou aliado de Bolsonaro, mas não alienado. Tenho voto próprio — disse Malafaia.
O que ainda cria dificuldades nas igrejas é a proximidade de Paes com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo é considerado negativo por 48% dos evangélicos, segundo a última pesquisa Genial/Quaest. Abner Ferreira é um exemplo. Apesar de afeito à reeleição de Paes, identifica resistências a ele na igreja.
Pastor da mesma Assembleia de Ferreira, o deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP) expõe o dilema ao citar a relação com Lula:
— Eduardo Paes é um grande prefeito, muito querido, o que o prejudica é essa pauta dele com o presidente Lula, que está num momento de baixa com os evangélicos.
Articulação com Universal
Em movimento que mostra bem as voltas que a política dá, Paes deve ser o candidato escolhido pela Igreja Universal, da qual o ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella (Republicanos) é bispo licenciado. Não foram poucas as críticas que Paes fez ao antecessor, com direito a menções bíblicas para pintá-lo como “pai da mentira” — referência à figura do diabo. Agora, mesmo com a tendência de Crivella de não aparecer tanto na campanha, Paes caminha para contar com o apoio da sigla e da Universal.
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