O juiz federalista David Wilson de Abreu Pardo, da 12ª Vara Federalista Criminal de Brasília, recentemente condenou o ex-assessor Filipe Martins por um gesto interpretado uma vez que racista durante uma audiência no Senado. No entanto, é importante evidenciar que o mesmo magistrado havia anteriormente trancado uma ação penal contra João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, no contexto da Operação Lava Jato.
No caso de Filipe Martins, o gesto foi interpretado uma vez que um símbolo associado à frase “white power” (“poder branco”, em inglês). Apesar da resguardo alegar que o gesto foi involuntário, o juiz condenou Martins com base em interpretações subjetivas.
Já no caso de João Vaccari Neto, investigado na Operação Rizoma — um desdobramento da Lava Jato que apurava desvios em fundos de pensão dos Correios (Postalis) e do Serpro — o juiz decidiu trancar a ação penal.
A justificativa se baseou em formalidades processuais, mesmo com evidências de desvios e prejuízos ao tesouro.
Essas decisões contrastantes geraram questionamentos sobre a imparcialidade e a emprego consistente da justiça em casos envolvendo figuras políticas de diferentes espectros ideológicos. A diferença nas abordagens levanta discussões sobre a justiça no tratamento de processos judiciais de subida relevância política.