Pelo menos oito escolas municipais foram fechadas, nesta terça-feira (17), devido a uma operação na Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro, que procura traficantes do Ceará e de Goiás na região. Unidades de saúde da favela também foram fechadas.
Até as 8h, duas pessoas foram baleadas, um traficante foi recluso e um suspeito foi morto, Vítor dos Santos Lima, que trabalharia uma vez que segurança de um dos chefes do tráfico na comunidade, John Wallace da Silva Viana, publicado uma vez que Johny Indomável.
Segundo a família de Vitor, que chegou a satisfazer pena por associação para tráfico de drogas, ele foi atingido por um tiro no rosto enquanto estava desmontado. De conciliação com apuração do UOL, os policiais militares impediram que a esposa de Vitor se aproximasse do corpo.
“Mataram meu marido sem zero na mão. O Bope [Batalhão de Operações Policiais Especiais] entrou, matou ele lá no final da [rua] Dioneia e não querem deixar a gente pegar o corpo dele. Não querem nem deixar a gente reconhecer o corpo dele”, disse a esposa ao UOL.
O jurisconsulto da família da vítima, Alberico Montenegro, disse que não havia mandado de prisão expedido contra Vitor e que os policiais não usavam câmeras corporais durante a operação.
“Não discutimos os cumprimentos de mandados de prisão. O que não queremos é pusilanimidade. Os policiais estão sem câmeras corporais, determinada pelo STF [Supremo Tribunal Federal], e estão cometendo ilegalidades. Que eles cumpram os mandados dentro da lei e depois a gente faz o nosso trabalho”, disse Montenegro.
“Ele não devia mais zero à Justiça. Pagou o que tinha que remunerar à Justiça. Ele queria voltar a estudar e trabalhar. Nesta semana, ele me pediu informação para tirar [a carteira] de identidade e estava com missiva de ocupação. Sua vida foi ceifada por policiais num ato covarde”, disse Montenegro.
Nas redes sociais, moradores relataram intenso troada logo que a operação começou, no amanhecer desta terça. A deputada estadual Dani Monteiro (Psol) publicou um vídeo com um rastro intenso de sangue em uma das ruas. “Não é na Síria, é na Rocinha! Mais um dia sangrento de operação. Cenário de guerra na maior favela do Brasil”, escreveu em seu perfil no X.
O deputado federalista Tarcísio Motta, do Psol, também repercutiu a situação na rede social. “Crianças impedidas de ir à escola na Rocinha, unidades de saúde fechadas, moradores sendo obrigados a transpor para trabalhar por baixo de projéctil e denúncias de que policiais estão sem câmeras corporais. Qual a chance de a Rocinha se tornar mais segura a partir da operação de hoje? Nenhuma. Qual a chance de qualquer dos mais de 70 milénio moradores ser assassinado no troada causado pela operação? É só perfurar qualquer jornal da semana passada. Chega!”, escreveu.
No totalidade, tapume de 400 policiais cumprem 34 mandados de prisão, sob a coordenação Comando de Operações Especiais (COE) com o esteio do Ministério Público do Rio (MPRJ).
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Rio somente confirmou a operação, que até às 11h30 ainda estava em curso.
Edição: Martina Medina