Entre os seis municípios pernambucanos onde poderia possuir segundo vez em 2024, somente dois tiveram a disputa postergada até o dia 27 de outubro. Nas vizinhas Olinda e Paulista, as candidaturas que avançaram para a segunda lanço, em ambos os casos, são de aliados da governadora Raquel Lyra (PSDB) contra aliados do prefeito reeleito do Recife, João Campos (PSB), que podem se enfrentar na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas em 2026.
As disputas municipais no estado reforçam um cenário de disputa entre PSB e PSDB pelo estado. O PSB, hegemônico há mais de 10 anos, viu seu número de prefeitos eleitos tombar de 53 (em 2020) para 31 (2024), mas manteve-se no “topo” da lista. Já o PSDB, que em 2020 fez somente 5 prefeitos, foi alavancado pela governadora e chegou também a 31.
O número de votos, no entanto, não é tão parecido. Enquanto os candidatos do PSB receberam mais de 1,4 milhão de votos nas disputas por prefeituras, os tucanos receberam 618 milénio. Mais da metade dos votos do PSB no estado foram para o prefeito João Campos – mas, ainda que esses votos sejam retirados da conta, o PSB fica com 678 milénio votos, primeiro do PSDB.
Em Paulista, o confronto é direto e evidente. No segundo vez se enfrentam um candidato do PSDB e um do PSB. Quem largou na liderança foi o ex-deputado Ramos Santana (PSDB), que recebeu 74,1 milénio votos (44,4%), com escora ingénuo da governadora Raquel Lyra (PSDB) e um escora bastante humilde do impopular prefeito Yves Ribeiro (PT).
O competidor é o ex-prefeito Junior Matuto (PSB), que recebeu 51,2 milénio votos (30,7%) e tem escora do correligionário e prefeito do Recife, João Campos (PSB), e ganhou um vídeo ao lado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os petistas do Paulista alegam que Matuto, quando prefeito, não fez qualquer esforço pela campanha de Fernando Haddad (PT), em 2018, contra Bolsonaro.
Em Olinda, o confronto é “por procuração”: o PSB de Campos e o PSDB de Raquel não protagonizam, mas compõem as coligações que se enfrentam pela prefeitura. No primeiro vez, o vereador Vinicius Castello (PT) recebeu 80,4 milénio votos (38,75%) e largou na liderança, contando com o escora e engajamento de João Campos (PSB) nas ruas e nas redes. O PSB integra a coligação “Frente Popular de Olinda”. O presidente Lula (PT) teve participação tímida, somente com vídeos.
Do outro lado, a candidata Mirella Almeida (PSD) recebeu 62,3 milénio votos (30%) e conta com o escora do seu paraninfo político, o atual prefeito Lupércio Promanação (PSD), além de um escora até o momento tímido da governadora Raquel Lyra (PSDB), de quem partido integra a coligação “A Esperança se Renova”.
A força dos padrinhos
Pesquisa do instituto Ipespe em Olinda, no mês de setembro, apontou o presidente Lula uma vez que o único cabo eleitoral com influência mais positiva do que negativa sobre as intenções de voto de um candidato.
Entre os olindenses, 48% afirmam que o escora de Lula a qualquer candidato poderia levá-lo a escolher leste candidato, enquanto 21% dizem que tal escora poderia reduzir sua vontade de votar neste candidato. O saldo é de 27 pontos percentuais. Outros 30% dizem que a posição do presidente não alteraria sua opinião.
Raquel Lyra (PSDB) tem saldo negativo de 11 pontos, o “menos ruim” entre os pesquisados. O escora da governadora poderia motivar 24% dos olindenses a votar numa candidatura, enquanto teria influência negativa para 35%. Outros 39% não teriam sua opinião afetada. O prefeito Lupércio (PSD) tem um saldo parecido, de -14, com seu escora tendo impacto positivo sobre os votos de 29% do eleitorado e negativo para 43%. Outros 26% não seriam influenciados.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é o nome com pior saldo: -26 pontos percentuais. Entre os olindenses, 26% dizem que o escora de Bolsonaro poderia levá-los a votar numa candidatura (índice superior ao da governadora), mas a repudiação é ainda maior, com 52% dizendo que o escora do ex-presidente diminuiria sua inclinação para votar num candidato. Somente 19% não seriam afetados pelo escora do ex-militar. A candidata Izabel Urquiza (PL) recebeu esse escora e ficou com 24,8% dos votos, em terceiro lugar.
A pesquisa não colocou o nome de João Campos (PSB) entre os padrinhos.
Em Olinda, enquanto Vinicius Castello (PT) critica a atual gestão e acusa Mirella de ser a perpetuidade do governo Lupércio, a candidata do PSD devolve associando o petista ao ex-prefeito Renildo Calheiros (PCdoB), que teve gestões bastante criticadas e que resultaram na eleição do opositor Lupércio.
Nascente: BdF Pernambuco
Edição: Nathallia Fonseca
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