A Advocacia-Universal da União, braço jurídico do governo federalista, enviou ofícios nesta quarta-feira 18 à Polícia Federalista e à Percentagem de Valores Mobiliários para apurar possíveis crimes contra o mercado de capitais. A pasta solicita a lhaneza de um procedimento policial e outro administrativo.
Os possíveis crimes, segundo a AGU, teriam ocorrido a partir da veiculação de desinformação nas redes sociais sobre a política monetária, o Banco Meão e seu porvir presidente, Gabriel Galípolo.
Na terça-feira 17, dia em que o dólar continuou a disparar, um perfil no X passou a vulgarizar supostas declarações de Galípolo que desagradariam ao mercado financeiro. As afirmações, porém, eram falsas.
Em pouco tempo, perfis voltados a análises econômicas começaram a repercutir as publicações. A Secretaria de Informação Social da Presidência acionou, logo, a Procuradoria Pátrio da União de Resguardo da Democracia, subordinada à AGU.
A Procuradoria argumenta que, ao interferir na percepção do mercado, as fake news comprometeram a política de estabilização cambial.
“Sabe-se que há relação direta entre a cotação de moeda estrangeira, notadamente o dólar, e os preços dos valores mobiliários negociados em bolsas de valores, tanto que a recente elevação do valor da moeda americana veio acompanhada de queda do montante de valores negociados no mercado de capitais”, diz um trecho do documento.
Mediação
O Banco Meão anunciou mais uma mediação no câmbio para tentar sustar a disparada do dólar. A poder monetária leiloará até 3 bilhões de dólares das reservas internacionais à vista nesta quinta-feira 19, sem compromisso de recompra.
O leilão ocorrerá entre as 9h15 e as 9h20. Sem ação do BC nesta quarta, o dólar subiu 2,82%, cotado a quase 6,27 reais, um novo recorde nominal de fechamento.
Na terça-feira, o BC vendeu à vista 1,27 bilhão de dólares pela manhã e 2,015 bilhões à tarde. Na segunda, foram 1,627 bilhão de dólares à vista e 3 bilhões na modalidade de risca, com compromisso de recompra.
Já o Ibovespa fechou esta quarta-feira em queda de 3,15%, a 120.772 pontos. Trata-se do maior recuo quotidiano desde 10 de novembro de 2022.