A mais recente reportagem do jornal Folha de S. Paulo, publicada neste sábado (17), revela detalhes de uma conversa ocorrida em 2022 entre dois juízes, um do STF (Supremo Tribunal Federalista) e outro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que expõe o insatisfação com a postura da Interpol e do governo dos Estados Unidos no caso do jornalista Allan dos Santos.
Allan dos Santos, investigado em inquéritos sobre milícias digitais e fake news, tem um mandado de prisão preventiva expedido pelo ministro Alexandre de Moraes e é considerado homiziado da Justiça brasileira. Recentemente, Moraes emitiu uma novidade ordem de prisão contra ele, suspeitando de crimes contra a honra, obstrução de Justiça e ameaço.
Em outubro de 2021, Moraes havia determinado a prisão de Allan dos Santos, sua inclusão na espalhamento vermelha da Interpol e sua extradição pelos EUA, onde ele reside desde que foi mira de buscas pela PF no Brasil.
A conversa entre os juízes Airton Vieira, braço recta de Moraes no STF, e Marco Antônio Vargas, do gabinete da presidência do TSE, ocorreu em novembro de 2022 e faz secção dos mais de 6 gigabytes de diálogos obtidos pela Folha de S. Paulo. O caso de Allan dos Santos ganhou destaque no grupo de WhatsApp em seguida ele manar em vídeos ofendendo um brasílico em Novidade York, onde ministros do STF estavam em evento privado.
No dia 14 de novembro de 2022, o juiz Marco Antônio Vargas enviou uma mensagem para Airton Vieira com um link para um vídeo de Allan dos Santos e uma mensagem pedindo para que Vieira falasse com a PF sobre o alerta vermelho. Vieira respondeu que já havia acionado a Interpol no Brasil, mas o escritório medial da Interpol em Lyon, França, não havia incluído o nome de Allan no alerta vermelho, sugerindo um provável viés político. Vieira afirmou que mesmo em seguida vários pedidos, o alerta não foi emitido e a extradição pelos EUA ainda não foi respondida oficialmente.
As mensagens trocadas entre os juízes evidenciam um crescente insatisfação com a postura da Interpol e dos EUA, com Vargas descrevendo a situação uma vez que uma “sacanagem”. Ele chegou a comentar, em tom mais severo, sobre a possibilidade de enviar “jagunços” para conquistar Allan dos Santos e colocá-lo em um avião de volta ao Brasil.
“Dá vontade de mandar uns jagunços pegar esse face na marra e colocar num avião brasílico”, disse Marco Antônio Vargas.
Airton Vieira também expressou frustração com a postura dos EUA, ressaltando que, se quisessem, poderiam tomar medidas rápidas contra indivíduos indesejados. Ele sugeriu que a mudança de governo no Brasil poderia facilitar a extradição, embora não houvesse garantias.
Em março deste ano, o governo dos Estados Unidos comunicou ao Brasil que não extraditaria Allan dos Santos por considerar os crimes uma vez que questões de opinião protegidas pelo recta à liberdade de frase. No entanto, os EUA estão dispostos a prosseguir com o processo em relação a outros crimes, uma vez que lavagem de moeda.
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