Policiais militares que trabalharam uma vez que seguranças e motoristas para Pablo Marçal (PRTB) durante a campanha pela Prefeitura de São Paulo acusam o autodenominado ex-coach de calote. O grupo de murado de 20 pessoas calcula a dívida entre R$ 150 milénio e R$ 200 milénio. O candidato terminou o primeiro vez em terceiro lugar.
Os PMs cogitam entrar com ação na Justiça do Trabalho contra Marçal, apesar de a realização de ponta fora do horário de trabalho não ser autorizada pela corporação. Outras duas empresas também afirmam terem sofrido calote da campanha de Marçal. As informações são da Folha de S. Paulo e foram divulgadas nesta quarta-feira (16).
Os policiais dizem ter procurado tanto integrantes da campanha de Marçal quanto lideranças do PRTB, mas ninguém assume a responsabilidade pelos pagamentos. Tanto Marçal quanto dirigentes do partido são acusados de uma série de crimes comuns e eleitorais. No caso de dirigentes da {sigla}, há até suspeitas de relação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
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Os PMs contaram à Folha que, quando começaram a prestar serviço para Marçal durante a campanha e pré-campanha, entre julho e agosto, os policiais afirmam que chegaram a receber pagamento por meio de Pix feito pelo próprio influenciador. Na prestação de contas enviada à Justiça Eleitoral, porém, Marçal não declarou ter investido recursos próprios na campanha.
Posteriormente, os pagamentos passaram a ser feitos pela empresa Hipersapiens – Treinamentos e Soluções em Saúde, também via Pix. A campanha de Marçal declarou ter transferido para essa empresa R$ 347,7 milénio (R$ 191,7 milénio em 3 de outubro e R$ 156 milénio em 16 de agosto). No DivulgaCand (sistema da Justiça Eleitoral), a empresa aparece com o nome Hipersapiens – Segurança, Treinamentos e Facilities.
Trata-se do terceiro maior gasto da campanha, num totalidade de R$ 6 milhões em despesas declaradas até agora. Marçal arrecadou R$ 8 milhões em doações e afirmou que não usaria numerário próprio ou do partido. Em debates e entrevistas, reforçou ser o único candidato que não usaria verba pública para bancar a campanha.
Os serviços de segurança prestados em setembro, que deveriam ter sido pagos no início de outubro, segundo os policiais, não foram remunerados depois a roteiro de Marçal. Dois policiais militares ouvidos pela reportagem afirmam que atuavam em seus dias de folga uma vez que seguranças de Marçal, da vice Antônia de Jesus e de um dos coordenadores da campanha, Wilson Pedroso.
A assessoria de Marçal afirmou que os seguranças que prestaram serviço diretamente ao influenciador “estão com seus pagamentos em dia”. “Havia uma equipe de segurança que estava a missão do PRTB e que atendia a vice-prefeita e outras pessoas do partido. Se existe alguma pendência, cabe ao partido realizar os pagamentos referentes a essa equipe específica”, completou.
Marçal e presidente do PRTB são alvos de investigações da PF
O presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, não respondeu até a publicação da reportagem. Também nesta quarta-feira, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que a Polícia Federalista instaurou sindicância para investigar Avalanche por suspeitas de ameaço e violência política contra a ex-vice-presidente do partido Rachel de Roble.
Marçal já foi escopo de uma operação da PF, em julho do ano pretérito, sob suspeita de falsidade ideológica, lavagem de numerário e apropriação indébita nas eleições de 2022, quando foi pré-candidato à Presidência da República e candidato a deputado federalista, mas acabou tendo o registro indeferido pela Justiça Eleitoral.
Segundo a apuração da PF, Marçal e um sócio dele fizeram doações à campanha do influenciador e segmento desses valores foi remetida às próprias empresas das quais são sócios por meio do aluguel de veículos e aeronaves. Marçal afirma que não praticou ilícito e que a campanha não foi paga com numerário público, mas com doações e recursos próprios.
Manadeira/Créditos: O Tempo
Créditos (Imagem de cobertura): Foto: AFP or licensors
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