Ele nasceu em Serra Talhada, interno de Pernambuco. A região chamada Sertão do Pajeú é de cultura marcante por motivo da verso verbal expressa por seus cantadores.
“Cresci ouvindo aquilo tudo. Costumo expressar, quando me perguntam o que ouvi quando menino, que não vim de nenhuma música específica, mas da musicalidade, que depois entendi que é a fala arrastada, cantada”, diz a CartaCapital Paulo César Silva, mais publicado porquê PC Silva.
“É exatamente esse jeito metrificado de falar que foi ficando impregnado na gente, com toda essa riqueza. Isso vem a ser importante nesse disco, falando dessa possibilidade de um Pajeú não tão demonstrado porquê se costuma mostrar no baião, no forró, no xaxado.”
Posteriormente quase 20 anos morando em Serra Talhada, PC Silva se mudou para o Recife. Na capital pernambucana, integrou o grupo Bandavoou. Lançou seu primeiro disco, Paixão, Saudade e Tempo, em 2020. Agora, apresenta seu segundo álbum autoral, chamado Me Dê Notícias do Universo.
“O universo do Pajeú está exposto nas faixas do disco. Tem muita referência ao Pajeú tradicional, mas também a outras possibilidades e universos possíveis”, ressalta ele, que deixa transparecer no disco suas influências urbanas.
O novo álbum, de 11 faixas, tem as participações de Zeca Baleiro, Juliana Linhares, Marcello Rangel, Ezter Liu e Joana Terreno, com a produção de Juliano Holanda.
“Marcello Rangel é um parceiro de longo tempo. Ele divide a formação e canta comigo a música Sinto que Estou Muito”, diz. “Juliana Linhares é maravilhosa, nordestina incrível.” Com a cantora potiguar, ele faz um duo em Arrodeios.
Com a poeta e escritora da Zona da Mata pernambucana Ezter Liu, PC Silva divide Ourela de Mar. “A melodia fala de um horizonte distópico, que se aproxima cada vez mais das notícias que temos recentemente sobre a geopolítica.”
Já com Zeca Baleiro, PC Silva compartilha na voz Lambada Superabundante, uma formação de ambos. Joana Terreno toca violão na melodia que divide com o cantautor, chamada Águas de Memorial. O produtor Juliano Holanda tem duas músicas assinadas com PC Silva no disco.
PC avalia que o seu primeiro álbum tem uma linguagem mais direta. “As músicas desse (novo) disco são de coisas subjetivas”, compara.
Ele integra a mostra Reverbo, o mais importante coletivo de música surgido no País nos últimos anos, que já alçou à cena vernáculo artistas porquê Martins e Almério.
“A Reverbo não é o trabalho principal de ninguém. Todo mundo tem suas carreiras. A Reverbo é uma âncora, é quase porquê se fosse uma congregação do trabalho que cada um vem fazendo ao longo de suas carreiras”, explica. “Somos quase 30 artistas, entre compositores, compositoras, cantoras, intérpretes, dos mais diversos lugares da música, do pop ao regional.”
Em 28 de novembro, PC Silva lança seu novo álbum na capital paulista, no Itaú Cultural (Avenida Paulista, 149). O compositor já teve suas músicas gravadas por artistas porquê Ney Matogrosso, Mariana Aydar e Simone.
Assista à entrevista de PC Silva a CartaCapital: