O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu neste sábado (17) a direção pátrio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terreno (MST) na Granja do Torto, em Brasília. No encontro, as lideranças discutiram com o presidente temas porquê reforma agrária, violência no campo e crise ambiental.
A reunião entre Lula e a direção do MST foi a primeira realizada neste terceiro procuração do presidente. Foi a sétima vez que um presidente recebeu o movimento em seus 40 anos.
Há tapume de um mês, Lula já havia participado de outro encontro com movimentos populares em São Paulo. Na ocasião, aproximadamente 60 organizações ligadas às Frentes Brasil Popular e Povo Sem Pânico, entre elas o Movimento Sem Terreno (MST), a Meão Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) participam do evento, ocorrido no espaço do Armazém do Campo.
Já no encontro deste sábado, Lula ganhou dos militantes do MST produtos da reforma agrária. Também plantou na Granja do Torto, junto com os integrantes do MST, mudas de árvores levadas de assentamentos do movimento localizados em todos os biomas do Brasil.
O plantio buscou simbolizar a preocupação do MST com a crise ambiental. Em 2020, o movimento lançou um projecto para plantar 100 milhões de árvores até 2030.
No encontro, a direção do MST também falou a Lula sobre sua preocupação com a lazeira, a desigualdade social, a concentração fundiária e a violência no campo no país. Segundo eles, 65 milénio famílias vivem hoje acampadas em todo país à espera de terreno e outras 500 milénio já assentadas enfrentam dificuldades para produzir víveres.
O MST apresentou a Lula um projecto agrário que visa a massificação da agroecologia nos assentamentos, aproximação a crédito para produção de víveres saudáveis, combate à violência no campo e recuperação ambiental. Também pediu o fortalecimento do Instituto Pátrio de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Companhia de Aprovisionamento do Brasil (Conab), órgãos ligados à reforma agrária.
Tragédia climática
A direção pátrio do MST também demonstrou sua preocupação com a reconstrução do Rio Grande do Sul posteriormente as enchentes, que atingiram nove assentamentos integrantes da maior experiência de produção de arroz agroecológico da América Latina. Ao todo, mais de dois milénio hectares de arroz foram perdidos.
O MST disse ao presidente que reconhece que o momento político do país é quebrável, mas ressaltou que a saída para ele passa pela garantia das conquistas de direitos pela classe trabalhadora e pelo combate à lazeira por meio da reforma agrária.
O presidente, por sua vez, mostrou-se satisfeito com a visitante. Destacou a preço do diálogo com organizações populares porquê um caminho para reconstrução do país. Demonstrou preocupação com as questões apresentadas pelo movimento e sinalizou comprometimento em resolvê-las.
Relação com o governo
Em abril deste ano, o governo federalista lançou o programa Terreno da Gente, que tem o objetivo de sistematizar as áreas disponíveis no país para serem incluídas no Programa Pátrio de Reforma Agrária (PNRA). O pregão ocorreu em meio ao chamado Abril Vermelho, quando o MST organizou uma série de ações por todo o país para cobrar facilidade na realização da reforma agrária.
À idade, Gilmar Mauro, da direção pátrio do movimento, declarou se tratava de “uma espécie de indemnização social” e não um programa de reforma agrária. A relação com o governo federalista e o progresso dos processos de regularização fundiária devem estar na taxa de discussões do próximo sábado.
Edição: Thalita Pires
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