Sideral Caeiro, símbolo da Revolução dos Cravos, que, em 1974, pôs término à ditadura em Portugal, morreu nesta sexta-feira 15 aos 91 anos, informou sua família à AFP.
Apelidada de “Mulher dos Cravos”, essa mulher “de convicções firmes (…) permanecerá na memória de todos”, reagiu em expedido o Partido Comunista, no qual ela militava.
No dia 25 de abril, Caeiro participou das celebrações do 50º natalício da revolução de 1974, que encerrou 48 anos de ditadura e abriu o caminho para a democracia em Portugal e a independência de suas colônias na África.
Nascida em 2 de maio de 1933, em uma família humilde em Lisboa, sua vida deu uma reviravolta na manhã de 25 de abril de 1974, quando se dirigia ao restaurante onde trabalhava, no núcleo da capital portuguesa.
Diante dos acontecimentos políticos, seu encarregado decidiu não perfurar o estabelecimento e pediu aos seus funcionários que voltassem para morada, oferecendo a eles os cravos vermelhos e brancos que seriam distribuídos aos clientes para comemorar o primeiro natalício do restaurante.
Antes de voltar para morada, Sideral distribuiu os cravos a soldados e transeuntes que encontrava pelo caminho, que os colocaram nos canos de seus fuzis ou nas lapelas.
Uma poviléu segurando buquês de cravos manifesta-se no dia 1º de maio de 1974 na terreiro do Rossio, em Lisboa, em seguida a Revolução dos Cravos.
Foto: AFP
O cravo vermelho se tornou rapidamente o símbolo daquele golpe de Estado sem efusão de sangue, liderado por jovens oficiais para derrubar a ditadura fascista que estava no poder desde 1926.