Com mestrado em Ciência política pela UFRGS e doutorado pela Katholische Universität Eichstätt, da Alemanha, a professora Silvana Krause estuda partidos políticos, coligações, comportamento dos eleitores e estratégias de campanha.
Em entrevista ao Brasil de Traje RS, a profissional falou sobre as perspectivas do segundo vez em Porto Contente, as peculiaridades do voto da população depois do colapso do sistema de proteção contra cheias na cidade, o confronto provável entre a velha e a novidade direita, continência e repudiação, o tramontana do PSDB, o papel do núcleo na política, o conservadorismo do interno gaúcho, entre outros temas.
Confira:
Brasil de Traje RS: Todos queriam saber se o impacto das enchentes estaria presente no resultado das urnas. E não esteve. Regiões fortemente atingidas tiveram vitória de Sebastião Melo. O que isso representa?
Silvana Krause: Temos que olhar os dois momentos: o da tragédia e o da pós-tragédia. Na tragédia, os atingidos se sentem abandonados. Tem a repudiação àquele que aparentemente é o mais presente no poder público. Nas primeiras pesquisas pós-enchente, isso prejudicou a avaliação do prefeito.
O segundo momento é muito dissemelhante, ainda mais na nossa cultura política em que a presença – não estou falando de qualidade da presença do Poder Executivo, do incumbente – passa a sensação de que não estamos abandonados. No segundo momento, quem tem o poder público aparece mais, tem a possibilidade de ir lá limpar o lixo. E quem está avante da máquina da governo sai com vantagem. Tem condições de usar mais para dar a assistência, dar a sensação de que está presente, que não abandonou.
Estrategicamente, esses dois momentos não foram muito avaliados pela oposição. E não acho que mostrar, discutir as responsabilidades, traz alguma coisa para essa população. Ela quer não se sentir abandonada. Repito, não estou dizendo que [o prefeito] foi competente ou que é. Digo que é a sensação do eleitorado mais carente. A ar de que está sendo zelo.
Segundo ponto: a máquina pós-tragédia. Acho fundamental a estratégia de marketing da campanha do prefeito. Quando ele usa o mote “chuva não tem ideologia”, pega um sufragista de Porto Contente que é de centro-esquerda. Porto Contente é uma cidade de centro-esquerda. Tem um eleitorado que se classifica porquê esquerda e outro porquê direita. Mas a maior segmento é de núcleo. E o repto era trazer um sufragista do núcleo ou para a Juliana Brizola ou para a Maria do Rosário ou para o prefeito. Ele sabia disso muito claramente e, mesmo tendo uma candidata a vice do PL, de curso militar, não cola Bolsonaro na campanha. É que, na eleição de 2022, o Lula ganhou em Porto Contente.
A candidatura da Maria do Rosário não conseguiu ainda pegar esse sufragista mais ao núcleo. Vamos ver agora no segundo vez o que vai chegar na campanha. Outro elemento muito importante é que, no primeiro vez, o candidato incumbente tinha tempo de TV muito maior. Isso também explica, mas mais fundamental é a continência. O prefeito que quer se reeleger teve menos do que, somados, continência, nulos e brancos.
Porto Contente foi a capital com maior continência. Quem são esses eleitores que não votaram?
A trajetória de aumento da continência vem desde 2000. Aumenta mais em 2012, vai aumentando em 2026, depois 2020 e aumenta esse ano um pouco menos. É que 2020 foi o ano da pandemia. Em 2020, tivemos 33% de continência e agora temos 31%.
Tirando a pandemia, foi a maior logo.
Sim. E temos que olhar para trás. O que esses dados da continência passada estão dizendo? Não adianta saber só o percentual. Tenho que saber quem é esse sufragista. Ele é um sufragista muito diversificado ou não? E aí, sim, poderemos explorar. A primeira coisa é que a continência é maior no eleitorado feminino. Mas um eleitorado feminino muito específico. Nos últimos 20 anos, mudou o eleitorado. Do universo do eleitorado de faixas de escolaridade, as mulheres hoje têm 62% do eleitorado com nível superior. Só para expor que existe uma revolução cá de gênero, de comportamento. Mas vamos para a continência: quem é esse que se abstêm?
Se olharmos a eleição de 2020, que foi municipal, e a eleição de 2022, que foi vernáculo, percebemos que as mulheres predominam nas diferentes faixas de escolaridade. Onde a mulheres mais predominam na continência? Nas baixas faixas de escolaridade. O comparência é maior dos homens. Olhando a escolaridade de homens e mulheres e a continência, (no caso das) mulheres quanto mais baixa é a escolaridade, menor é o comparência. E quanto mais subida a escolaridade, mais elas vão se equiparando à fita de comparência dos homens.
Cá tem um comportamento de gênero. E mais interessante e não só no caso de Porto Contente: temos estudos mostrando que, quando se auto classificam porquê esquerda, direita ou núcleo, as mulheres são as que mais se classificam no mundo do núcleo. No mundo da esquerda também. Os homens são mais à direita. Mas olharmos só o núcleo, [vemos que as] mulheres têm uma predominância pelo núcleo ou não dão valor para a ideologia. Quando dão, vão mais para a esquerda. Quando dão, os homens vão mais para a direita.
Mas por que as mulheres [de baixa escolaridade] se abstêm? Tem que ser investigado. Quando fazemos pesquisas, percebemos algumas falas. Primeiro, elas estão cuidando da lar no final de semana da votação. E que se escuta de algumas mulheres de classe média para plebeu, setores populares? “Para que eu vou? Meu marido quer que eu vote no fulano, logo não preciso nem ir”. Se vemos o status desse eleitorado feminino de baixa escolaridade, há uma diferença, não muito grande, mas há, de estado social. Mulheres solteiras da baixa escolaridade têm mais participação do que mulheres casadas de baixa escolaridade.
As mulheres de baixa renda que não foram votar, potencialmente seriam votos mais à esquerda?
Isso teria que se ver nesse ano. Sobre [as eleições de] 2020 existem algumas hipóteses. Acha-se que isso prejudicou a candidatura de Manuela [D’Ávila, candidata da frente de esquerda naquele ano]. Mulheres de baixa renda tiveram maior continência, que se tornou fundamental. Se tivéssemos uma continência de 5% ou 10% e em disputas não fragmentadas, porquê a gente vê no Brasil hoje, isso não seria tão fundamental para um candidato.
É outro sintoma que acho interessante, de segmentações do eleitorado. É um sufragista que não é leal. Tem subida volatilidade de uma eleição para outra. É um sufragista altamente segmentado por inúmeras facetas. Ao mesmo tempo, pode ser evangélico, mas ele é de classe subida, mas ele é de classe média, mas ela é mulher afrodescendente, mas ela é LGBTQI+, mas ao mesmo tempo não, é católica cristã, sendo de uma mesma renda. A segmentação que, até o prelúdios do século 21 não era tão intensa, intensificou-se. O que explica por que certos candidatos para o Legislativo têm a frase que tivemos cá. São candidaturas segmentadas que garantem um claro perfil de eleitorado. Mas ali é o teto, ali pegaram o nicho. Na hora de chegar no Poder Executivo, vai precisar de outra estratégia.
Quanto ao Legislativo, o candidato a vereador mais votado de Porto Contente foi Jesse Sangali, do PL, que veio com o slogan “Direita de verdade”. Isso também entra nessa segmentação pegando esse sufragista mais bolsonarista?
Sem incerteza. Essa vaga tem demonstrado também uma fragmentação à direita. O que quer expor “direita de verdade”? O que seria “direita de peta”? Eu não sei. Quando você diz “direita de verdade” é porque tem uma “direita de peta”. O que percebemos nessa eleição de 2024 é que você tem uma direita lá dos anos 1930, tipo “Deus, Pátria e Família”, folclórica, que vem de uma tradição, de alas do regime civil-militar de 1964, que é Bolsonaro. Agora, tem uma outra direita aparecendo. Não é patriótico, folclórica ou saudosista. Não usa “Deus, Pátria e Família”, que é uma bandeira do movimento integralista dos anos 1930 no Brasil. É uma direita do pretérito.
As duas direitas se uniram em Bolsonaro e agora estão se separando?
Acho que isto é muito precipitado expor. É a mesma coisa quando se diz que “a direita foi a grande vitoriosa nas eleições municipais”. Vamos com calma. Isso foi dito em 2022 também quando ao Congresso. Sim, ela é no Legislativo. Foi um grande equívoco da esquerda descobrir que ganhou a eleição em 2022. Quem ganhou em 2022 foi o anti-bolsonarismo. Lula sabe disso, conhece muito o Brasil. É um bicho político no bom sentido, de saber captar.
Quem venceu foi uma frente. Aliás, nunca houve um governo meramente petista. Sempre fez uma ampla coligação porque o Brasil é mais ao núcleo e o centrão sabe disso. Portanto, essa eleição de 2024, primeiro mostra a valor do núcleo. Do PSD, do MDB, cá no Rio Grande do Sul, do PP, que é um partido que vem lá da Redondel (Federação Renovadora Pátrio, a {sigla} de escora à ditadura de 1964). O interno do Rio Grande do Sul é muito conservador.
O Rio Grande do Sul tem uma tradição mais enraizada, partidária da direita. E essa direita, à la Bolsonaro, não tem projeto partidário. Valdemar Costa Neto, que é um estrategista, tem uma perspectiva de partido. Mas o bolsonarismo não tem. Tanto que os filhos da família Bolsonaro são de diferentes partidos.
Não sei em que medida essa direita mais folclórica não vai entrar numa vaga de disputa dentro do PL. Conhecemos a família Bolsonaro. Quem é o candidato da direita (para 2026)? Em São Paulo parece estar pintando um. Nosso governador, cá do Rio Grande do Sul, não sei porquê vai permanecer no meio dessa situação do PSDB em estado terminal.
Vamos ver o caso do governador Eduardo Leite, que declarou apoiou à Juliana Brizola no primeiro vez. Pelotas era governada havia 12 anos pelo PSDB e agora não deu. Eduardo Leite saiu derrotado?
Depende da perspectiva. Se for da perspectiva do PSDB enquanto partido… Mas porquê você é um derrotado de um partido que praticamente não existe mais? Portanto você não teve roteiro enquanto um partido… Vai ser o grande repto para uma fileira do MDB gaúcha mais associada ao vice-governador Gabriel Souza. É um jogo difícil em termos de projeção para quem quer fazer curso, porquê o governador Leite provavelmente queira fazer. Em termos de curso partidária, o PSDB não tem porquê. Mas tem uma questão importante: o Brasil teve em vários momentos, tanto na democracia de 1945 até 1964, porquê na atual, candidatos à presidência sem partidos com capilaridade vernáculo. Tivemos Jânio Quadros em 1960. Tivemos Collor, que não viu espaço no MDB para ser candidato a presidente em 1989, saiu do Partido da Juventude Pátrio e mudou para {sigla} Partido da Juventude. Aí cria o PRN (Partido da Renovação Pátrio).
Portanto, para o Executivo – provavelmente nosso governador tem a intenção de fazer uma curso mais vernáculo – terá que ser pensada uma estratégia. O Rio Grande do Sul tem o interno conservador, tem uma Porto Contente com resistência, mais ao núcleo e à esquerda, até o (prefeito Sebastião) Melo, núcleo. Ele se coloca porquê núcleo, apesar de que se associou ao Bolsonaro nos últimos anos. O PSDB não tem mais força suficiente para fazer uma fusão com o MDB. O supremo será fazer uma ingresso sem força dentro do MDB, onde poderá ter candidatos também, porquê a (ministra Simone) Tebet. Está muito simples.
Voltando ao tema das enchentes: na região metropolitana, várias das cidades fortemente atingidas não elegeram a situação. Cá em Porto Contente, a gente tem o Melo liderando. No Vale do Taquari, duas cidades, Muçum e Seduzido, reelegeram seus prefeitos.
E que tiveram enchente. Reelegeram.
Será que há um entendimento de que o prefeito acaba sendo uma vítima junto da população?
Teria que se ver com mais zelo isso, mas é um tanto que está presente no imaginário do eleitorado mais carente. Ele não vê a responsabilidade imediata. Só no momento. Depois, quem dá a assistência? Boa parcela do eleitorado está cansada da disputa de arguição, de escandalização.
Em Porto Contente, temos Maria do Rosário com toda uma trajetória de resguardo dos direitos humanos, mas isso também tem um dispêndio, não?
Olha, acho que tem a questão gênero de novo aí. A prelo contribuiu muito para essa imagem da Maria do Rosário porquê aquela que defende o bandido. O que é um equívoco. E aí pega aquilo de “bandido bom é bandido morto”.
Maria do Rosário construiu sua curso legislativa porquê uma mulher dos direitos humanos, dos direitos das mulheres e que enfrenta a masculinidade de uma figura tradicional, folclórica, porquê o Bolsonaro. É um elemento muito difícil de descolar hoje. Isso ficou muito emblemático naquela fala entre ela e o Bolsonaro lá no Congresso. Ela enfrenta a representação do varão tradicional, folclórico, dominador. Ficou muito colado à imagem dela e isso tem sucesso em termos de curso no Legislativo. Mas, numa eleição majoritária, você tem que ter mais do que um lado. É um repto para quem tem uma clara posição política…
As pesquisas de primeiro vez mostravam uma subida repudiação ao nome dela. Algumas análises diziam que essa repudiação era exagerada, mas quase 50% dos votos válidos foram para o Melo. Essa repudiação está caracterizada mais nessa questão de gênero?
Não tenho esses dados das pesquisas segmentadas por repudiação. Esse é o repto para a campanha. Não é só a continência, a repudiação também. Quem é esse sufragista que rejeita? É o mesmo que mais se abstém? É do gênero masculino? Tenho quase certeza que sim. A disputa vai ser muito em função de repudiação e continência no segundo vez. E a campanha dela deve saber quem são os que a rejeitam mais.
E qual a avaliação quanto ao desempenho no estado dos partidos na disputa pelas prefeituras?
Temos cá o PP que é o que mais prefeituras fez (164) e não é um possibilidade. O PP vem da tradição do PDS, da Redondel. É o interno. Temos a segunda maior força política que é o MDB com 125 prefeituras. Lá detrás vem o PDT, com 50 prefeituras. É muita diferença. Mostra a pujança do núcleo com quase a metade dos municípios. O PSD ganhou do MDB em nível vernáculo mas cá está lá detrás [11 cidades]. E se considera núcleo. Olha porquê a tradição se mantém.
São famílias que se mantém no poder?
São famílias, mas tem uma tradição da cultura política gaúcha de manter. Os partidos se mantêm mais do que em outros lugares. Não tem tantas aventuras partidárias. Tem o PP, o MDB, o PDT e o PT se mantendo. O PL surgindo mas não é tão potente. Está mais potente que o PT por inúmeras razões: são disputas locais, o prefeito que saiu do MDB porque sentiu não sei o quê e logo “vou pro PL”.
E o PDT aí se caracterizando porquê uma força de centro-esquerda ou núcleo?
Eu diria de centro-esquerda, essa classificação depende muito do estado de que se está falando.
Do próprio município, às vezes?
Também.
Em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que concorre à reeleição, tem porquê vice um candidato indicado pelo bolsonarismo. Só que o Nunes não colocou a imagem do Bolsonaro na campanha. Cá, o Melo, com vice indicado pelo bolsonarismo, não colocou também. Os bolsonaristas sabem que, em alguns momentos, não dá para mostrar o Bolsonaro. Porque eles têm os dados de repudiação. Ninguém está brincando.
Sobre a intenção de voto para prefeito e o autoposicionamento ideológico. Só para você ter uma teoria: dos que dizem lulistas ou petistas, 16% ainda votaram no Melo. E 69% na Maria do Rosário. Cá tem aquilo que a ciência política brasileira já sabe. O lulismo não é meramente petismo. E esse distanciamento do Lula tem sentido porque, sem o núcleo, ele não vai a lugar nenhum. Nem ganha eleição. Já sabia em 2002. Se a militância petista, ideológica, não quer lucrar eleição e quer virar um PCO, um PSTU, não tem problema. Mas não. É outro o objetivo.
Política não é o que se quer, mas o que se pode. Se você quer virar um partido de agenda, tem sua valor também. Está tudo claro. Mas não um partido que seja governo. É só isso. E isso muitos não entendem. Esse é o jogo. Esse é o xadrez. Não só no Brasil. Em tudo que é lugar. Acho que é isso que frustra muito o sufragista na democracia. E cada vez mais no momento de individualização da política.
O [Pablo] Marçal (PRTB) sinaliza muito isso. É a individualização da política. Não estou falando de individualismo. Individualismo é uma coisa, individualização é outra. A ação política porquê um tanto individual. E o efeito político porquê um tanto individual. Que é uma construção. Quer expor, a política não é você. Ela é um efeito provável da vida pública. Não falo nem termo coletiva porque daí todo mundo sai correndo. A termo coletiva é um veneno hoje. Tem essas candidaturas coletivas. Pega, mas pega um segmento. Para tu te elegeres vereador, te elegeres deputado. Está bacana, mas não é…
Teve bastante pessoas LGBT eleitas para o Legislativo…
Esse tipo de tarifa consegue ter sufragista leal. Daqui a 15 ou 20 anos, não sei. Mas esse sufragista identitário segmentado dá uma garantia para o candidato que ali tem fidelidade. Isso é interessante. Uma vez que é que se constrói a fidelidade hoje? Não é por instituição que tem um projeto não segmentado. É por segmentos. Portanto, eu sou segmento futebol a que tenho que ser leal para dar camiseta. Tenho que ser leal ao LGBT, com todo o saudação. Agora, temos um vereador muito muito votado cá que é travesti, não?
Duas travestis.
Bacana, óbvio. Candidatos com agendas específicas. E agendas segmentadas têm um perfil mais leal. Identitárias. Mas não são agendas sistêmicas, agendas integradas de uma totalidade de um município. Ótimo que você tenha LGBT porquê vereador. Mas a cidade, porquê um todo, onde fica? Por obséquio, anote isso. Vão me expor que sou anti essas coisas todas… Muito capaz, sou a primeira a ir para a rua e proteger. Mas não se está tendo uma visão sistêmica. É o jogador de futebol, é o LGBT, mas a cidade e o todo, as inter-relações dos vários grupos de segmentos, onde é fica? E o Brasil está assim também.
As pessoas quando não entendem os partidos dos candidatos acabam não entendendo justamente porquê funciona o jogo político nos legislativos, no próprio Executivo.
Evidente, vai estar lá discutindo a valor do jogo de futebol para as crianças. Ótimo, mas qual é a relação disso com as outras questões que se interrelacionam em uma cidade complexa? Isso é apavorante. Tem as candidaturas coletivas que, ok, são interessantes. A agenda coletiva virou uma agenda segmentada. Até a direita está pegando. Não sei para onde a gente vai.
É um contexto mundial…
As pessoas estão com o saco pleno. Ninguém mais quer participar de reunião de condomínio porque é um saco mesmo. Todo mundo querendo permanecer no seu cantinho, querendo não ser incomodado. Vamos ser reais. O convívio é um porre. É difícil. E esse processo se intensificou muito nesses últimos 20 anos em todas as democracias. E aí é a pobre da democracia que ganha a culpa.
Manancial: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Ayrton Centeno
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