“Soluções, até o capitalismo apresenta, mas que tipo de soluções queremos para a crise climática?”, questiona Bárbara Loureiro, da direção pátrio do MST, uma das expositoras do seminário Tecnologia e inovação: a agroecologia na reforma agrária, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terreno (MST), no Rio de Janeiro, às vésperas das cúpulas Social e de Líderes do G20, conjunto que reúne as 20 maiores economias do mundo.
O seminário começou nesta terça-feira (12) e termina na quinta-feira (14) e foi patrocinado pela Finep. O tema da tarde foi desenvolvimento econômico e crise climática. “O que a gente está querendo mostrar é porquê os movimentos populares, os movimentos camponeses organizados, já têm construído soluções para enfrentar esses desafios”, destaca Loureiro, que ainda critica a lógica de indemnização de carbono apontada pelos agentes do capital, muito porquê pelos governos das economias centrais que fazem segmento do G20.
As soluções de mercado para a crise ambiental é chamada por Loureiro de “imperialismo ecológico”. “É porquê têm se resignado essas novas formas de aglomeração do capitalismo, a partir dessa fronteira ambiental, dos bens comuns da natureza. Essa agenda do clima tem resultado, para os países da América Latina e África, continuar sendo uma zona de sacrifício para esse desenvolvimento virente, sustentável, de outros países”, aponta.
“Os mesmos agentes causadores da lazeira, causadores da crise ambiental, seguem lucrando com ela. Eles estão conectados: o agronegócio, a mineração e o sistema numulário, que produz essas desigualdades”, afirma a pesquisadora. Loureiro afirma que, para a consolidação das medidas defendidas pelos países mais ricos, se reproduz uma relação desigual, pela qual os países do Sul Global seguem sendo explorados para viabilizar uma “transição ecológica” em suas economias, sem mudar o regime de reprodução do capitalismo.
“No debate da transição energética, por exemplo, há uma demanda pelos chamados “minerais críticos“. Esses minerais estão cá Sul Global. Da mesma forma as florestas, que eles apontam porquê os grandes consumidores carbono. Portanto cá, no Sul Global, os países estão sempre condenados a relações desiguais, com muito assédio aos territórios e violência no campo”, explica, destacando que as grandes indústrias e os governos que as representam estão limitadas pela lógica da indemnização de carbono sem se preocupar com a mudança de padrão da produção de carbono, um dos principais elementos de agravamento do aquecimento do planeta.
“A maior tarefa dos movimentos populares é mostrar que essa sensação de catástrofe, de término do mundo, precisa orientar a luta popular, orientar a luta contra o sistema numulário e a luta pela construção de uma outra perspectiva de relação ecológica, de desenvolvimento ecológico e de relações humanas”, finaliza.
Presente na atividade, a deputada estadual Marina dos Santos (PT-RJ), conhecida porquê Marina do MST, saudou a iniciativa do seminário e destacou a valia da união de acadêmicos, militantes e poder público na elaboração coletiva de propostas para o enfrentamento da emergência climática, que por sua vez agrava a instabilidade nutrir de muitos povos.
“Eu não tenho nenhuma incerteza que sobre esse tema da agroecologia na reforma agrária, com as inovações tecnológicas, nós temos muito a contribuir e eu acho que o Brasil ainda tem muito que aprender”, ressaltou. “E nós temos desde o Brasil uma grande tributo a partir do movimento social e popular organizado”, completou.
“A questão principal pautada cá está na centralidade, de juntar as diversas forças da sociedade, seja o movimento social organizado, seja ateneu, através dos conhecimentos científicos, e também as ações e iniciativas parlamentares possíveis”, finalizou a parlamentar.
*Esta material é patrocinada pela Finep.
Edição: Thalita Pires