O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori faleceu nesta quarta-feira (11), aos 86 anos, em sua residência em Lima, onde se recuperava de um tratamento contra o cancro de língua, informou sua família. O ex-ditador ficou retido por 16 anos por violações aos direitos humanos cometidas em seu governo. Ele havia sido libertado em dezembro de 2023 por meio de um indulto humanitário.
“Em seguida uma longa guerra contra o cancro, nosso pai, Alberto Fujimori, acaba de partir para o encontro com o Senhor. Pedimos a quem o apreciou que nos acompanhe com uma reza pelo eterno sota de sua espírito. Obrigado por tudo, papai!”, anunciaram seus filhos Keiko, Hiro, Sachie e Kenji Fujimori na rede social X.
Fujimori foi presidente do Peru por 11 anos, entre 1990 e 2000. Ele foi eleito em uma disputa com o redactor Mario Vargas Llosa. Em seguida dois anos de procuração, o presidente aplicou um autogolpe.
No dia 5 de abril, colocou o Tropa na rua, fechou o Congresso e a Suprema Incisão, passando a governar por decretos. Nesse período, 200 milénio mulheres foram esterilizadas à força, numa política de controle de natalidade aplicada pelo governo.
O político deixou o poder em 2000. Ele renunciou à presidência por meio de um fax e passou a viver no Japão, graças à sua dupla cidadania. Ele foi recluso em 2005, durante uma visitante ao Chile, e extraditado para o Peru em 2007.
Em 2009, o ex-ditador foi sentenciado a 25 anos de prisão pelos massacres de Barrios Altos, quando 15 pessoas foram assassinadas, e La Cantuta, caso em que oito estudantes e um professor da Universidade Vernáculo Enrique Guzmán e Valle foram mortos e enterrados em vala geral.
Em ambos casos, a ditadura buscava trucidar pessoas vinculadas à guerrilha Sendero Luminoso e ao Movimento Revolucionário Tupac Amaru.
Fujimori também foi sentenciado por um escândalo de depravação envolvendo espionagem, suborno e compras ilegais.
Enquanto 50% da população peruana vivia em situação de pobreza, Fujimori manteve uma gestão neoliberal, privatizando setores estratégicos da economia, uma vez que a extração do cobre. Endividou o país em mais de US$ 620 milhões de empréstimos com o FMI e US$ 1,16 bilhão com Espanha e Japão.
*com AFP
Edição: Thalita Pires
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