Além da acirrada disputa por um novo prefeito, a cidade de São Paulo elegerá 55 vereadores no dia 6 de outubro. Dos 55 que hoje ocupam a Câmara, 52 tentarão a reeleição, segundo o registro de candidaturas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Especialistas ouvidos pelo Brasil de Indumento ressaltam que, independentemente do intensidade de renovação na Câmara, o legislativo municipal deve seguir comandado por políticos tradicionais.
Lincoln Telhado, pesquisador político e diretor do Instituto de Estudos Legislativos e Políticas Públicas (Ielp), afirma que o nível de renovação da vivenda legislativa nunca foi significativo. Ainda assim, entre os caciques dos partidos políticos, há um investimento em nomes conhecidos na internet, que podem retrair votos.
Entre alguns novatos na disputa eleitoral, estão o do ex-marido da apresentadora Ana Hickmann, Alexandre Correa (Avante), e o da ex-esposa do cantor Zezé Di Camargo, Zilu Camargo (União Brasil), e de influenciadores uma vez que Amanda Vettorazzo (União Brasil), uma das coordenadoras do Movimento Brasil Livre (MBL).
Lincoln atribui a baixa renovação na Câmara Municipal de São Paulo ao roupa de que os vereadores com mandatos conseguem ter mais destaque e recursos do que os novatos.
O pesquisador destaca ainda que deve se levar em consideração que o termo “renovação” não necessariamente diz reverência a pessoas novas na política, mas a parlamentares que mudam de casas legislativas, da Câmara dos Deputados, no Congresso Vernáculo, para uma plenário legislativa estadual, por exemplo.
“A gente precisa entender em que medida a internet consegue furar a bolha do mundo político, porque a legislação eleitoral e toda a estrutura eleitoral de campanha favorecem muito os partidos políticos tradicionais”, analisa o pesquisador.
“Fazer campanha é custoso, os recursos são escassos e os gastos de campanha são altos. Isso acaba, às vezes, servindo de barreira para candidaturas menos conhecidas que teriam um menor potencial por secção dos partidos políticos.”
“Uma vez num procuração, [o político] tem chegada a recursos, a eventos, uma atuação mais permanente. Tem parlamentares que passam o procuração inteiro cumprindo agendas em diversas áreas do município justamente para manter essa proximidade muito ativa com a população. Isso, de certa forma, facilita muito aquele voto de ser espargido”, afirma Telhado.
Entretanto, isso não exclui a ingresso de pessoas até o momento desconhecidas pelos corredores da Câmara. “Óbvio que a gente tem exemplos de campanhas de custos menores que costumam dar resultados. O que a gente enxerga, por vezes, é que é muito complicado estar fora do meio institucional tradicional dos partidos e dos recursos e se trespassar vencedor”, diz. “Óbvio que tem figuras que conseguem bastante pedestal da internet e até se financiar com vaquinhas. Mas é um caminho mais difícil. Eu não esperaria um aumento significativo de pessoas que conseguem furar essa bolha.”
Reorganização
Já Elisandro Roath do Quina, doutor em Ciência Política pela Universidade Federalista do Rio Grande do Sul (Ufrgs), afirma que as capitais brasileiras têm uma taxa de renovação “significativa” nas casas legislativas. “Nos últimos anos, em São Paulo, mais ou menos 40% da Câmara foi renovada.” Pelos cálculos do técnico, a expectativa é de que a taxa se mantenha e tapume de 60% consigam a reeleição.
Ainda assim, segundo ele, a rigidez na estrutura administrativa e de lideranças dentro da Câmara de Vereadores deve permanecer. “Por mais que haja uma renovação, as pessoas que já exercem liderança, que controlam a mesa diretora das câmaras de vereadores, tendem a manter esse poder. É muito difícil que alguém que chegue na Câmara em primeiro procuração já ocupe o espaço de poder”, diz.
“Nesse processo de reacomodação de forças, os vereadores mais antigos tendem a lucrar mais espaço, maior facilidade de formação de colisões, já conhecem o regimento interno da Câmara.”
Prefeitura e Câmara
Independentemente de quem será eleito, o próximo prefeito terá de mourejar com os vereadores mais experientes, o que demandará uma reorganização da reciprocidade de forças, de contrato com os especialistas.
Até o momento, Guilherme Boulos (Psol), Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB) disputam o primeiro lugar nas pesquisas de intenções de voto. O psolista tem 23% e os outros dois, 22% cada, segundo o último Datafolha, publicado em 5 de agosto. Porquê a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, há em empate técnico.
Para Elisandro, “a questão maior talvez seja mormente para o Marçal, que é um candidato completamente outsider e que aposta full time nas redes sociais, na sintoma mais explosiva. Mas qual é a exigência dele constituir uma qualidade que o permita governar?”, questiona.
“Acho que mesmo Boulos, um candidato mais à esquerda, também terá dificuldades, oferecido que, por mais que haja uma renovação política, tradicionalmente a Câmara municipal, o legislativo em todo país, é uma elaboração mais ao meio, mais à direita. Evidente que o Nunes tem vantagens. Inclusive, ele foi vereador”, completa.
Edição: Martina Medina
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