O vice-presidente do União Brasil, Antônio Carlos Magalhães Neto, definiu o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva porquê “ultrapassado”, afirmando que o petista conduz uma gestão com práticas antigas e está desconectado das demandas de secção do eleitorado.
Em sua visão, Lula segue focado em programas do pretérito, deixando órfãos os eleitores de núcleo que optaram por ele em oposição a Jair Bolsonaro. “Quem elegeu Lula não foi o PT nem a esquerda, foi uma parcela do eleitorado de núcleo, que rejeitou mais Jair Bolsonaro do que Lula”, disse Neto em entrevista exclusiva à ‘Poste do Estadão’.
Para ACM Neto, a gestão atual deveria “olhar menos para a esquerda e mais para o País”, aproveitando a oportunidade de promover uma unidade vernáculo que ajude a reduzir a polarização política.
Ele também criticou a lentidão do presidente em implementar um ajuste fiscal, um tanto que considera fundamental para as contas públicas e que, segundo ele, já deveria ter sido feito no primeiro ano do procuração. Apesar das críticas, Neto disse que o União Brasil poderá concordar as medidas de ajuste caso elas promovam uma “racionalização do gasto público” e aumentem a eficiência do governo.
“Se forem medidas de racionalização do gasto público, de aumento da eficiência do governo, de aumento da produtividade da gestão pública, da eliminação de despesas desnecessárias, eu vou ser o primeiro a proteger”, afirmou.
No cenário para 2026, ACM Neto, que preside a Instauração Índigo (um think tank ligado ao União Brasil), acredita ser improvável uma associação do partido com Lula, embora atualmente a legenda ocupe três ministérios. Ele destacou que o projecto é lançar uma candidatura própria, possivelmente com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado.
O ex-prefeito também confirmou que União Brasil mantém diálogo com o empresário e ex-coach Pablo Marçal, enfatizando que a aproximação dependerá de ajustes e da disposição de Marçal em emendar antigos erros. Ao comentar sobre a expectativa dos apoiadores de Bolsonaro com uma verosímil vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, ACM Neto classificou de “ingênuos” aqueles que acreditam que isso influenciará a política brasileira em 2026.
Ao falar de seus próprios planos políticos, ACM Neto disse que ainda avalia a possibilidade de disputar o governo da Bahia em 2026. Segundo ele, essa decisão dependerá do libido dos eleitores e não de vaidade pessoal. “Não serei candidato de mim mesmo”, afirmou, deixando em desobstruído a possibilidade de concorrer se houver suporte popular. Veja inferior trechos da entrevista e clique AQUI para ver a entrevista na íntegra (Foto: reprodução redes sociais; Manadeira: Estadão)
E esse sentimento foi reforçado pelo resultado das urnas nas eleições municipais?
Há um recado evidente das urnas, um recado que mostra que o PT foi o principal derrotado nas eleições de outubro deste ano. Imagine o partido que comanda o governo federalista, que é o próprio governo, escolher exclusivamente um prefeito de capital, que foi Fortaleza. Portanto, a gente percebeu que o sufragista deu uma clara mostra que não quer o radicalismo, que não aceita os extremos, que entende a urgência de política de resultado e escolheu por um caminho mais focado em gestão. E aí, é evidente, anima a gente essa possibilidade de edificar um tanto que pegue uma secção do núcleo, da centro-direita e também da direita para 2026.
O senhor faz duras críticas ao governo Lula, conseguiria reunir o governo Lula com uma vocábulo?
Se eu tivesse que reunir o governo em uma só vocábulo, seria ultrapassado. A gente tem um governo analógico, um governo recluso a programas do pretérito, que foram reeditados sem o mesmo brilhantismo, sem o mesmo resultado, a mesma eficiência. A gente tem um governo sem novidades, que não disse ainda que veio, que não sinaliza para o porvir. E mais do que isso, é um governo que está jogando fora uma baita oportunidade de fazer uma construção vernáculo mais ampla, de edificar caminhos que tirassem o Brasil dessa polarização, um governo que fosse menos para a esquerda, menos para o PT e mais para o País. Porque quem elegeu Lula não foi o PT, quem elegeu Lula não foi a esquerda, quem elegeu Lula foi uma parcela do eleitorado de núcleo, um eleitorado que estava incomodado com Bolsonaro, que rejeitou mais Bolsonaro do que Lula, e por isso elegeu Lula. Só que esse eleitorado ficou órfão. Lula deu as costas para essa parcela do País.