Os sindicatos de professores convocaram para esta quinta-feira (10) um dia de greve na Argentina com o suporte dos estudantes, que ocuparam as universidades contra o veto do presidente Javier Milei para uma lei que lhes atribuía mais fundos, depois que a decisão presidencial foi ratificada na quarta-feira no Congresso.
A Lei de Financiamento Universitário, que prevê um aumento no orçamento das universidades para gastos de funcionamento, salários de professores e funcionários, já havia sido aprovada no Congresso. Entretanto, o presidente de extrema direita a vetou. A maioria das universidades públicas do país foi afetada pela greve de 24 horas, à qual se juntaram sindicatos que representam o resto dos trabalhadores das instituições de ensino superior, cujas reivindicações por aumentos salariais estão no núcleo do conflito.
“A UBA está de luto”, disse em expedido a Associação de Funcionários da Universidade Pátrio de Buenos Aires (Apuba).
“A vontade popular foi fraudada e a democracia cedeu à gestão antirrepublicana de governar por decreto do governo vernáculo”, começa o texto divulgado pela Frente Pátrio de Sindicatos Universitários poucos minutos depois de os legisladores votarem na Câmara.
A greve conta com o suporte de estudantes que ocuparam mais de vinte campi universitários espalhados pelo país, onde são realizadas assembleias para debater um projecto de ação para resistir ao desfinanciamento do setor.
As universidades agora estão rechaçando os deputados que apoiaram o veto. O Juízo Superior da Universidade Pátrio de Cuyo (UNCuyo) declarou os deputados de extrema direita Mercedes Llano, Alvaro Martínez e Prolixo Correa Llano “personas non gratas” por terem bravo o veto de Javier Milei no Congresso.
Nesta quinta, uma possante sátira foi acrescentada pela ex-presidente Cristina Kirchner, que se referiu ao veto e à votação em sua conta no X. Ela disse que 98 dos 99 deputados que compõem o conjunto da União pela Pátria na Câmara dos Deputados cumpriram “o procuração do voto que os levou a ocupar uma cadeira representando o povo”. E acrescentou: “O voto contra a universidade vernáculo, pública e gratuita prevaleceu, e o veto de Milei contra a instrução ainda está em vigor”.
*Com AFP e Tiempo Prateado
Edição: Leandro Melito
Discussion about this post