O grupo Talibã, que controla o Afeganistão desde 2021, foi convidado a participar da conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP-29. Essa é a primeira vez que o Talibã participará de um evento desse tipo desde que retomou o controle do país.
A conferência, que começa nesta segunda-feira, dia 11, será realizada no Azerbaijão. Esta é uma das mais significativas negociações multilaterais envolvendo o grupo, que não é reconhecido oficialmente uma vez que o governo legítimo do Afeganistão.
Em uma postagem no Twitter/X, a Escritório Vernáculo de Proteção Ambiental do Afeganistão informou que uma delegação técnica já viajou para Baku, capital do Azerbaijão, para participar do evento.
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O encarregado da sucursal, Matiul Haq Khalis, afirmou que a delegação usará a conferência para intensificar a cooperação com a comunidade internacional em relação à “proteção ambiental e à mudança climática”. Também serão compartilhadas as necessidades do Afeganistão em relação ao entrada a mecanismos financeiros e discutidos os esforços de adaptação.
Restrições aos direitos das mulheres sob o regime do Talibã
O regime do Talibã no Afeganistão vem impondo uma série de restrições severas aos direitos das mulheres. Elas não podem estudar além da sexta série, são proibidas de trabalhar na maioria das áreas e têm o entrada restringido a espaços públicos, uma vez que parques, academias e salões de formosura.
Outrossim, as mulheres só podem realizar viagens de longa intervalo se acompanhadas por um parente masculino, e são obrigadas a cobrir-se da cabeça aos pés ao transpor de lar. O manifesto do Talibã também proíbe que mulheres falem em público, medida que agrava ainda mais a situação de exclusão e vulnerabilidade.
Essas restrições, que já vinham sendo impostas desde que o grupo retomou o poder, agora estão formalmente codificadas, o que representa um retrocesso devastador para muitas mulheres afegãs. Musarat Faramarz, de 23 anos, lamenta: “Pensei que o Talibã tivesse mudado, mas estamos vivendo novamente os tempos sombrios anteriores.”
Manancial/Créditos: Contra Fatos
Créditos (Imagem de cobertura): Reprodução