Investigação revela supostos pagamentos suspeitos de JBS a jurisconsulto ligado a esquema de depravação no Judiciário
Uma investigação conduzida pela Polícia Federalista apontou que o jurisconsulto Rodrigo Gonçalves Pimentel, fruto do desembargador Sideni Pimentel, teria recebido R$ 21 milhões da JBS em um período de nove meses, entre 2022 e 2023. A informação foi publicada pela revista Piauí nesta quarta-feira, 6.
Rodrigo Pimentel é assinalado porquê figura meão em um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). A JBS, controlada pelos irmãos Batista, além de operar três frigoríficos, está envolvida em uma disputa com a Paper Excellence pelo controle da Eldorado Celulose, com sede em Três Lagoas (MS).
Em relatório obtido pela Piauí, o solicitador da PF Marcos André Araújo Damato, de Campo Grande, observou que a ininterrupção das investigações poderia esclarecer se houve qualquer transgressão relacionado aos pagamentos milionários feitos ao escritório de Rodrigo Pimentel. “Considerando que: 1) a JBS já esteve envolvida em esquema de depravação espargido nacionalmente, inclusive com pagamentos para autoridades de Mato Grosso do Sul, 2) os altos valores das citadas transferências para o escritório de Rodrigo Pimentel em pequeno período e 3) as suspeitas de envolvimento dele em esquema criminoso, o prosseguimento das investigações poderá esclarecer se há qualquer transgressão relacionado a tais pagamentos milionários”, escreveu Damato.
A JBS, controlada por Joesley e Wesley Batista, nega qualquer relação dos pagamentos com atos de depravação, afirmando que os valores representam honorários por serviços advocatícios prestados pelo escritório Pimentel & Mochi Advogados Associados.
Transferências Suspeitas e Envolvimento de Outros Personagens
Outrossim, a investigação da Polícia Federalista revelou que uma empresa de Rodrigo Pimentel transferiu R$ 275 milénio para a advogada Emmanuelle Silva, que havia sido presa em 2018 por estelionato contra um engenheiro reformado. Essa quantia foi transferida depois que Emmanuelle recebeu R$ 5,5 milhões em um golpe, conforme investigação da Polícia Social e do Ministério Público do MS.
Magistrados Acusados de Preterição em Esquemas de Fraude
O juiz Paulo Afonso de Oliveira e o desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso estão sendo investigados por, supostamente, ignorarem sinais claros de fraude em processos judiciais. Na operação Ultima Ratio, realizada em 24 de outubro, foram encontrados tapume de R$ 3 milhões em espécie na vivenda do desembargador Cardoso, que agora está reformado.
O solicitador responsável pela investigação afirmou que as ações dos magistrados foram tão irregulares que sugerem a participação deliberada em um esquema de estelionato de mais de R$ 5 milhões.
Relação da JBS com o Judiciário e Políticos Brasileiros
A holding J&F, controladora da JBS, desde 2020 tem Mirian Ribeiro Gonçalves porquê advogada em processos junto ao Superior Tribunal de Justiça. Ela é esposa do lobista Andreson, que também está sendo investigado por suposta participação na venda de sentenças judiciais.
No Supremo Tribunal Federalista (STF), Ricardo Lewandowski, que atuou porquê parecerista para os irmãos Batista depois sua aposentadoria, teria oferecido pareceres favoráveis ao grupo. Roberta Rangel, esposa de Dias Toffoli, que anulou multas da J&F, também está associada ao grupo.
De entendimento com o site O Fator, Joesley Batista esteve em reuniões recentes com Celso Amorim, assessor internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desde o início do governo atual até esta semana.
Cristiano Zanin, ex-advogado de Lula durante a Operação Lava Jato, é o relator do caso de venda de sentenças no STF. As informações são da Revista Oeste.