Entre janeiro e setembro de 2024, o queimada consumiu uma superfície de 22,38 milhões de hectares – o equivalente ao estado de Roraima. Isso corresponde a um aumento de 150% em verificação a 2023. Os dados são do mais recente levantamento do Monitor do Lume, da plataforma Mapbiomas.
Aproximadamente três em cada quatro hectares queimados foram de vegetação nativa, principalmente formações florestais, que correspondem a 21% da superfície queimada. Entre as áreas de uso agropecuário, os pastos se destacaram, com 4,6 milhões de hectares queimados entre janeiro e setembro deste ano.
No mês de setembro, o bioma que mais pegou queimada foi a Amazônia, que soma mais da metade das áreas incendiadas no país no período.
Vera Arruda, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e coordenadora técnica do Mapbiomas Lume, alerta que os incêndios nesse bioma são causado por ação humana. “Nessas regiões, uma vez que na Amazônia, por exemplo, o queimada não ocorre naturalmente. Portanto, na verdade, soa uma vez que um alerta, porque mostra uma vez que as mudanças climáticas têm impactado o clima, deixando a vegetação mais seca, mais suscetível”, diz.
Três estados concentram incêndios
Mais da metade da superfície incendiada no Brasil fica em exclusivamente três estados: Mato Grosso, Pará e Tocantins. Sozinho, o Mato Grosso responde por 25% do totalidade: foram 5,5 milhões de hectares queimados entre janeiro e setembro. Pará fica em segundo lugar, com 4,5 milhões de hectares. Em terceiro, vem o Tocantins, com 2,6 milhões de hectares. O estado faz segmento de uma das fronteiras de progresso da agropecuária no Encerrado, o Matopiba, que agrega também Maranhão, Piauí e Bahia.
“Na região do Matopiba, que pega um pouco do Tocantins, a gente sabe que tem uma dinâmica muito poderoso em relação à lisura de novas áreas”, explica Arruda.
Ela ressalta que os dados do Monitor do Lume servem de alerta para a urgência do aumento de ações de fiscalização. “Principalmente relacionado ao desmatamento e às queimadas de forma proibido. E a gente viu o tanto que isso impactou em grandes cidades, na qualidade do ar. Portanto, os impactos vão além do queimada que acontece na floresta”, diz.
Edição: Thalita Pires
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