O dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, uma questão de saúde pública grave que desculpa a morte de 700 milénio pessoas a cada ano, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A data tem o objetivo de quebrar tabus e reduzir estigmas sobre a saúde mental, estimulando que as pessoas busquem e ofereçam ajuda. O programa Medial do Brasil desta terça-feira (10) conversou sobre o tema com Douglas Félix, psicólogo e sócio-fundador do Quina Baobá, espaço especializado em saúde mental e pluralidade.
Com experiência no atendimento a populações vulneráveis, principalmente pessoas negras e LGBTQIAPN+, Félix afirma que é preciso considerar a valia das violências estruturais no sofrimento humano. “A gente percebe que não é só uma questão biológica, o racismo influencia na vida dessa pessoa. Em um envolvente onde a pessoa vê muitas referências da branquitude, isso também vai adoecer. Logo se a gente não olhar para essas estruturas, a gente estará violando mais uma vez essa pessoa que está procurando a saúde mental.”
De concordância com o psicólogo, os índices de suicídio, de depressão e de impaciência são mais altos entre a população preta, LGBTQIAPN+ e mulheres. Ainda assim, faltam políticas públicas, diz ele. “Quando a gente fala de políticas públicas, a gente vê que há uma escassez, é muito pouco, principalmente para esse público, para essas populações e para essas temáticas. A gente vê que a saúde ainda é um lugar onde não se conversa sobre violências estruturais, sobre a questão racial, homofobia, violência contra a mulher. Logo precisa se preparar mais esse profissional além da questão acadêmica.”
Ele pontua que a terapia deveria ser oferecida para todos. Ou por outra, ele afirma que buscar atividades esportivas pode ser uma medida individual importante para tranquilizar o sofrimento de uma pessoa que passa por um momento de ideação. “Quando a gente fala em saúde, existem alguns pilares que precisam estar juntos. A saúde mental, a saúde física e a questão da saúde financeira mexem com a população. A gente sempre passa ao paciente que procure um espaço terapêutico que encontre representatividade naquela pessoa e também que busque horas no esporte, de lazer. O movimento do capitalismo sempre está pensando no trabalho e esquecendo um pouco do desvelo com a saúde.”
Canais de ajuda
Para desoprimir e receber uma escuta sem julgamentos, o CVV conta com atendimento gratuito 24 horas por dia, no telefone 188 ou pelo chat dentro do site. Para desenredar locais de atendimento gratuito em saúde mental pelo Brasil, acesse o site do Planta da Saúde Mental.
Na silabário do Instituto Vita Alere, é verosímil pesquisar porquê falar de forma segura sobre suicídio.
A entrevista completa, feita pela apresentadora Luana Ibelli, está disponível na edição desta terça-feira (10) do Medial do Brasil, que está disponível no via do Brasil de Trajo no YouTube.
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Edição: Thalita Pires
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