Entre 2018 e 2023, 781 pessoas foram executadas por policiais militares de São Paulo fora de serviço, o que corresponde a um homicídio a cada 2,8 dias. O levantamento foi feito pelo Brasil de Vestimenta com dados do Anuário Brasílio de Segurança Pública.
Os policiais militares de São Paulo respondem por 55% dos assassinatos cometidos por agentes fora de serviço no Brasil. No país todo, esse tipo de transgressão vitimou 1.421 pessoas no período analisado
O Anuário Brasílio de Segurança Pública, que é produzido pelo Fórum Brasílio de Segurança Pública, mostra que 2018 foi o ano com a maior mortalidade de policiais fora de serviço. No país, foram 320 execuções; em São Paulo, 179.
Rafael Alcadipani, professor e membro do Fórum Brasílio de Segurança Pública, criticou a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o trabalho de Guilherme Derrite adiante da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
“Considero que a dupla não gere as coisas de maneira profissional. A política de segurança é muito ideológica e pouco técnica [em São Paulo]. Por isso, temos esta situação de crise na segurança pública”, alerta Alcadipani.
Ainda de conformidade com o professor, “boa segmento destas mortes ocorrem quando policiais estão realizando ‘bicos’ para majorar a renda. Esses eventos ocorrem porque as pessoas não se sentem seguras na cidade”, finaliza.
Mais um caso
O policial militar Diego Ferreira Pinto de Souza atirou e matou um varão na região medial de São Paulo, na noite do último domingo (8). Segundo imagens de uma câmera de uma vivenda noturna, Marcos Mendes do Promanação estaria segurando um simulacro de uma arma e discutindo com um grupo de pessoas, incluindo uma mulher com uma petiz de pescoço, que estava do outro lado da Parque Dino Bueno, no Bom Retiro.
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Souza, por sua vez, estava de folga e trabalhando uma vez que segurança da boate. Ele acompanhou a discussão da frente da boate, do outro lado da rua, e, em seguida, dirigiu-se à vítima e atirou duas vezes, sem falar zero. Promanação chegou a ser socorrido, mas morreu na Santa Moradia de São Paulo. O caso foi registrado no 2° Província Policial e está sendo investigado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Nas últimas semanas, repercutiu em todo o país o caso do Gabriel Renan da Silva Soares, jovem preto assassinado pelo policial militar Vinicius de Lima Britto, que estava fora de serviço. O transgressão ocorreu no dia 5 de novembro deste ano, em uma unidade de um mercado, na zona sul de São Paulo.
Edição: Thalita Pires