Para enfrentar o bolsonarista Bruno Engler (PL) no segundo vez da eleição para a prefeitura, que acontece no dia 27 de outubro, o campo progressista e democrático de Belo Horizonte aponta confederação com o candidato à reeleição Fuad Noman (PSD). Dirigentes partidários do PT, Psol, PCdoB e PV já manifestaram suporte ao atual prefeito.
“A candidatura do PL amplia o repercussão do fascismo, racismo, machismo e LGBTfobia, enfraquece os serviços públicos e aumenta a violência e a instabilidade, em função do clima de ódio que propaga”, afirmou o Partido dos Trabalhadores, em nota.
“Aliás, ao vencer a eleição, essa candidatura tentará impor uma agenda ultraliberal na cidade, privatizante e de desmonte de direitos sociais”, continua o texto.
Mesmo sendo de centro-direita, o partido de Fuad faz segmento da base do governo Lula no Congresso Vernáculo e compôs a frente ampla democrática que possibilitou a guia de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
O deputado federalista Rogério Correia, que disputou o pleito pelo PT no primeiro vez, declarou que, diante do risco de vitória de Bruno Engler na capital mineira, é preciso republicar a movimentação das últimas eleições presidenciais.
“Precisamos edificar uma frente democrática pelo Brasil e por BH, que tenha também um caráter antifascista e antibolsonarista”, convocou.
A deputada estadual Bella Gonçalves, que foi companheira de placa de Rogério pelo Psol, enfatiza que o cenário eleitoral da capital mineira não está fácil. Engler largou na frente, com 34,39% dos votos contra 26,54% de Fuad Noman.
“Nós dissemos na nossa campanha ‘Tramonte nunca e Engler nunca’ e descortinamos o quanto Mauro Tramonte era ruim para Belo Horizonte. Agora, é hora de derrotar Bruno Engler e a extrema direita. Fuad não é propriamente um candidato de esquerda, mas pode ser um coligado na resguardo da democracia”, enfatiza Bella Gonçalves.
A deputada relembra que, ainda que o resultado do primeiro vez das eleições para a prefeitura não tenha sido o melhor para a esquerda, a coligação das federações PT-PV-PCdoB e Psol-REDE conseguiu inflectir a quantidade de cadeiras na Câmara de Vereadores.
Duda Salabert, que foi candidata pelo PDT, ainda não se manifestou publicamente. Porém, ao que tudo indica, a pedetista também apoiará o atual prefeito, em razão da disputa contra um bolsonarista.
“Agora, a tarefa é vencer a ultradireita no segundo vez”, sinalizou Duda, nas redes sociais.
Enquanto isso, o candidato do PL procura substanciar a presença de seu principal cabo eleitoral Jair Bolsonaro, do mesmo partido, e atrair para a sua campanha o suporte do governador Romeu Zema (Novo). Ele também tenta disputar os eleitores de Mauro Tramonte (Republicanos) e de Gabriel Azevedo (MDB), que obtiveram, respectivamente, 15,22% e 10,55% dos votos.
Pedestal de Lula
Na segunda-feira (7), o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, indicou que Fuad Noman também receberá o suporte do presidente Lula, reforçando a teoria de construção de uma frente ampla democrática municipal em contraponto à candidatura da extrema direita.
Campanha contra o neofascismo
Além do voto em Fuad Noman, movimentos populares que atuam no município afirmam que é necessário edificar uma campanha de enfrentamento à extrema direita e em resguardo da democracia na capital mineira.
Um nota, assinada pelo Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terreno (MST), Movimento Brasil Popular, Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) e procuração do vereador Bruno Pedralva (PT), foi lançada nesta terça-feira (8).
Segundo as organizações, a disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte tem relevância pátrio, uma vez que a capital é a principal cidade de Minas Gerais, segundo maior escola eleitoral do país.
“Ou seja, o que intercorrer cá no segundo vez das eleições terá impacto direto na disputa de 2026. Aliás, nosso estado é rico em recursos considerados estratégicos mundialmente”, diz o documento.
Os signatários da nota ainda destacam que “as necessidades da capital mineira em zero combinam com os interesses da extrema direita”, e que uma provável vitória de Bruno Engler representaria retrocessos econômicos e sociais.
“Significaria o progressão das privatizações; a entrega de nosso patrimônio e bens naturais para a iniciativa privada; o desmonte de serviços públicos essenciais, uma vez que saúde, ensino e segurança pública; retrocessos na questão ambiental; o aumento da quantidade belo-horizontinos sem moradia e sem trabalho; além da metódico ameaço à democracia”, elenca a nota.
Debate público
Para esta quarta-feira (9), a campanha Fora Zema e os comitês populares convocaram um debate público intitulado “Que Brasil saiu das urnas?”, para realizar um balanço e indicar perspectivas para o campo democrático e popular.
A mesa de debate contará com o observador político Juarez Guimarães, a jornalista Makota Celinha, a ex-vereadora de Belo Horizonte e dirigente pátrio do PC do B Jô Moraes e o dirigente pátrio do Psol Valério Arcary.
A atividade é gratuita, ocasião ao público e começa às 19h, na avenida Afonso Pena, 726, 18º caminhar, no Meio.
Manancial: BdF Minas Gerais
Edição: Elis Almeida
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