Estudantes da Universidade de Ciências Gastronômicas de Pollenzo (Unisg), no setentrião da Itália, visitaram a comunidade pesqueira de Siribinha, povoado do município do Conde (BA), para um intercâmbio cultural com os moradores. Marisqueiras, cozinheiras, pescadores e barqueiros receberam o grupo entre os dias 18 e 19 de novembro e puderam compartilhar experiências da pesca e produção de víveres, os modos de vida e trabalho da região e debater sobre as questões ambientais que desafiam a comunidade.
A Unisg é a universidade onde nasceu o Movimento Slow Food, iniciativa de contracultura à globalização cevar presente hoje em mais de 160 países. A partir de uma formação multidisciplinar, os cursos de graduação e pós-graduação organizam periodicamente intercâmbios entre estudantes e comunidades ao volta do mundo para complementar a formação dos estudantes e fortalecer os saberes dos povos tradicionais.
“No planejamento de uma viagem, o que sempre se procura é essa vivência com comunidades tradicionais, que lutam uma vez que podem para manter vivo certas saberes e tradições, e com isso o objetivo é que nossos estudantes, a partir do entendimento de diversas realidades, possam contribuir para difundir a manutenção dessas comunidades e que objetivamente possa nascer disso interações futuras”, destaca Sanderson Beschorner, tutor da viagem
Em Siribinha, o grupo foi recebido por Gleide Santos, Flaviana Santos, Érica Silva e Mimi Silva, marisqueiras locais, que explicaram o dia a dia da comunidade, uma vez que funciona o preparo e a venda dos pescados, muito uma vez que tiraram dúvidas sobre a pesca e a gastronomia sítio. Os estudantes também aprenderam a pescar aratu e massunim, um molusco sítio muito considerado na região. Já na tradicional barraca Brisa da Barra, responsável por organizar a atividade junto com as marisqueiras, o grupo provou alguns pratos típicos da região, uma vez que pastel de aratu, feijoeiro de coco, moqueca de massunim e bobó de camarão.
Fabiana Santos, facilitar de cozinha e garçonete, destaca o diferencial desse tipo de turismo e a valia do diálogo com os intercambistas:
“Chega gente de todo lugar por cá, mas um turismo uma vez que esse foi a primeira vez. Turismo internacional, com jovens que vieram vivenciar o dia a dia da comunidade. Foi muito importante para troca de experiências. O marisco e o pescado são fontes de renda. Mostrar isso para as pessoas me deixa muito feliz, notamos que para eles foi grandioso. O momento da pesca do massunim foi peculiar, pois ninguém queria trespassar. O meu libido é que esse tipo de turismo se expanda para aumentar ainda mais nosso potencial”, salienta.
Érica Silva, marisqueira e pescadora, ressalta o papel de compartilhar os modos de vida da comunidade com pessoas que vêm de fora:
“É de grande valia mostrar para as pessoas o que fazemos cá. A forma de pescar, que não é predatória, é artesanal, e com ela preservamos nosso manguezal. A presença de estudantes promove ainda mais conhecimento, porque é uma troca. Eles trouxeram dúvidas e nós também. Foi um momento importante de geração de renda para a comunidade e, também, de valorização da ensino que não precisa estar só na sala de lição.”
Ao término do encontro, Sanderson Beschorner destacou a valia da experiência para os alunos e o potencial de turismo sustentável que a comunidade possui. “Foi um momento muito preceptor para nossos estudantes, que saíram muito impressionados da experiência. Observando a comunidade do ponto de vista turístico, sinto que existe uma oportunidade única de desenvolvimento de um turismo sustentável, não um turismo de tamanho, mas sim um turismo responsável, onde envolvente, comunidade e turistas convivem em simetria”.
Natividade: BdF Bahia
Edição: Thais Ferreira