A decisão do presidente Lula de repor o relógio Cartier, presente recebido em 2005, revela um movimento estratégico em meio às tensões políticas e judiciais envolvendo presentes recebidos por chefes de Estado.
Mesmo posteriormente o Tribunal de Contas da União (TCU) ter autorizado Lula a manter o item, o presidente optou por devolvê-lo, manifestando insatisfação com a decisão da Galanteio. Em sua visão, a deliberação pode ter sido influenciada por ministros alinhados a Jair Bolsonaro, com a intenção de estabelecer um precedente favorável ao ex-presidente no caso das joias sauditas.
A atitude de Lula pode ser interpretada porquê uma tentativa de se distanciar de comparações com Bolsonaro e de evitar que sua situação seja utilizada para justificar a resguardo do ex-presidente. Ao repor o relógio, ou até mesmo doá-lo para uma razão social, Lula procura substanciar uma postura moral e evitar desgastes que possam prejudicar sua imagem.
A Advocacia-Universal da União (AGU), por sua vez, está se preparando para recorrer da decisão do TCU, argumentando que, na idade em que Lula recebeu o presente, não havia uma norma que obrigasse a reembolso de itens de supino valor. A intenção é honrar o caso de Lula do de Bolsonaro, em um esforço para proteger a imagem do atual presidente e prometer que o incidente não se torne um ponto de vulnerabilidade política.
Essa situação reflete a dificuldade e a sensibilidade das questões envolvendo presentes e benefícios recebidos por líderes políticos, mormente em um contexto de polarização intensa e manente vigilância pública e judicial.
*Com informações AE
Direita Online
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