O Tropa de Libertação Vernáculo (ELN) anunciou na quinta-feira (7) ter chegado a um contrato com o governo da Colômbia para realizar uma novidade rodada de negociações ainda em novembro. Um dia depois, no entanto, a Defensoria do Povo da Colômbia afirmou que o grupo faria uma paralisação armada – uma quebra do estado atual de não agressões – a partir de sábado (9) e que havia sugerido um toque de recolher na região oeste do país.
O órgão colombiano pediu, em nota, que a paralisação por tempo indeterminado fosse revogada e disse que isso prejudicará 85 comunidades, onde vivem tapume de 45 milénio pessoas em todo o país. O ELN afirma que a ação é uma resposta a uma suposta fala entre o Tropa colombiano e o grupo paramilitar Clã do Golfo para retomar e tirar a guerrilha da região.
Delegações do governo colombiano e do ELN passaram os últimos 7 dias em uma novidade rodada de negociações em Caracas, na Venezuela. No encontro, foi definido que os Diálogos de Silêncio serão retomados de 19 a 25 de novembro, quando completam dois anos do início das tratativas, e que seriam respeitados os acordos assinados no México em fevereiro de 2023, no que foi a 2ª reunião dos Diálogos de Silêncio entre as partes.
A Defensoria criticou a medida do ELN e disse que ela contradiz o exposição do grupo de manter o diálogo. Durante a reunião realizada em Caracas, a guerrilha leu um enviado para o governo colombiano reforçando que seja cumprido o que é acordado, principalmente no documento assinado no México. A nota reforça também a urgência de erigir um horizonte que tenha uma sociedade pós-capitalista e que os Estados Unidos não estejam envolvidos com o processo.
Há quase dois anos, os dois lados definiram na capital mexicana a caracterização jurídica do ELN uma vez que “organização política armada rebelde com a qual o Governo Vernáculo está a negociar a sossego”. Também determinaram a geração de “ponto de contato e informação” para o diálogo com o ELN, a estudo de denúncias de violações de direitos humanos apresentadas por ambas as delegações e o seguimento de propostas do Ministério da Justiça da Colômbia para “humanização da política carcerária”.
Relação tensa
Em setembro, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, afirmou que os diálogos com o ELN estavam “praticamente” encerrados depois de um ataque à base militar de Puerto Jordán, no estado de Arauca, que deixou dois mortos e 27 feridos. Segundo o governo, os ataques foram realizados pelo grupo guerrilheiro com um caminhão com explosivos.
O governo havia estabelecido no prelúdios do ano um cessar-fogo com o grupo que duraria até agosto, mas a medida não foi renovada. A última reunião entre os dois também foi realizada em Caracas, em maio. Posteriormente o encontro, as duas partes concordaram em ampliar a participação popular nas conversas pelo termo dos conflitos armados.
Negociações com outro grupos
O diálogo permanente com os grupos armados é uma das políticas implementadas por Petro desde o início do seu procuração em 2022. O presidente transformou a Silêncio Totalidade em uma política de Estado a partir da aprovação da lei 418, que firma o compromisso do Estado colombiano em manter contato para negociar o termo dos confrontos entre esses grupos.
Petro negocia ainda com o Tropa de Libertação Vernáculo (ELN) e com o Estado-Maior Mediano (EMC). O objetivo é que as comunidades participem de forma ativa dos diálogos para a sossego no país para um Grande Entendimento Vernáculo para a “superação do conflito social, político, econômico e armado”.
Com o Estado-Maior Mediano, o governo estabeleceu um contrato de cessar-fogo desde outubro de 2023. Em janeiro, as duas partes prorrogaram a trégua até 15 de julho. Mas em maio, o EMC realizou ataques no Estado de Cauca que deixaram ao menos dois policiais mortos. O incidente levou a troca no comando do Tropa da Colômbia e a instalação de um Juízo de Segurança permanente em Cauca.
Edição: Thalita Pires