O Grito dos Excluídos e Excluídas, ato político pátrio que completa 30 anos em 2024 e ocorre tradicionalmente no Dia da Independência do Brasil, reuniu centenas de manifestantes e integrantes de movimentos populares e pastorais católicas na manhã deste sábado (7), na Terreiro da Sé, no meio de São Paulo (SP).
Nesta edição, o lema do movimento, “Todas as formas de vida importam. Mas, quem se importa?”, chamou atenção para a luta contra inópia, desemprego e falta de moradia. As atividades iniciaram às 9h, com a distribuição de um moca da manhã para pessoas em situação de rua. Em seguida, falas de representantes dos movimentos, em um caminhão montado na secção meão da rossio, expuseram demandas.
“Hoje também a gente celebra essa resistência dos excluídos e excluídas, lembrando que todas as formas de vida importam: a vida na natureza, que é o muito geral, e também o nosso recta à cidade, o recta à moradia, pensando também em todos os excluídos que estão nas áreas urbanas”, pontua Benedito Roberto Barbosa, da Meão de Movimentos Populares e União dos Movimentos de Moradia de São Paulo.
Ele também celebra a valimento do grito suceder na Catedral da Sé. “É um espaço histórico de resistência, de luta pela de redemocratização do país, contra a ditadura, pelos direitos humanos”.
“O último recenseamento que saiu fala em tapume de 80 milénio pessoas morando na rua na cidade de São Paulo. É a maior cidade da América Latina e convive com essa úlcera permanente. Convive com uma cidade inteira dentro dela morando na rua. É incabível, mas não basta só a gente considerar incabível. A gente tem que de traje buscar alternativas, buscar ações que possam transformar essa verdade”, acrescenta Paulo César Pedrini, coordenador da Pastoral Operária e do Grito dos Excluídos de São Paulo.
A Pastoral Carcerária, que trabalha com evangelização de pessoas privadas de liberdade, também participou do evento. “A pastoral está cá representando quase 1 milhão de pessoas, de homens, mulheres, jovens encarcerados cá no Brasil. Mais de 50 anos gritamos contra esse sistema repressor, esse sistema altamente torturante. É uma máquina mortífera onde estão presas pessoas pretas, pobres e periféricas, que hoje não podem estar presentes no grito”, comentou Mana Petra Silvia Pfaller, representante do movimento, ao Brasil de Indumento.
Já Gisela Nzinga é angolana e está no Brasil há dois meses. Ela veio com os dois filhos, e vive na Moradia de Guarida Assis. Ao lado de outras famílias de imigrantes africanos, a técnica em informática veio reivindicar uma escolha de renda no país. A sintoma, para ela, é a chance de pedir um bom trabalho com um bom salário, à profundeza de sua formação, e moradia digna para os imigrantes.
“Não podemos trabalhar o trabalho da nossa profissão. Somos costureiros, médicos, enfermeiros. Cá no Brasil, só da oportunidade de trabalhar na limpeza, limpeza de restaurante, limpeza de hospital, limpeza dos ofícios, só isso. E segunda coisa é que você tem um salário muito grave, não tem uma vez que para sustentar o teu rebento”.
Movimentos feministas, uma vez que a Marcha Mundial das Mulheres (MMM) também estiveram presentes, com faixas e gritos que entoavam a valimento da legalização do monstro entre outras pautas essenciais à paridade de gênero. “Nós queremos o recta ao nosso corpo, e o nosso corpo não é uma vez que o capitalismo encara, que é uma coisa para ser negociada”, afirma Isabel Luiza Piragibe, psicóloga e ativista no movimento.
Edição: Martina Medina
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