Entre os dez vereadores mais muito votados na cidade de São Paulo, três são mulheres de esquerda. Amanda Paschoal (Psol) é a quinta mais muito votada e recebeu mais de 108 milénio votos. Luna Zarattini (PT) teve mais de 100 milénio votos e Luana Alves (Psol) teve pedestal de quase 83 milénio eleitores. PL, Podemos, PP e União fizeram os demais eleitos nas primeiras dez posições.
De contrato com o deputado estadual Luiz Claudio Marcolino, secretário-geral do PT paulista, os levantamentos parciais mostram que o partido teve mais votos na confrontação com a eleição municipal passada, mas manteve o tamanho da bancada.
Para a economista Juliane Furno, o cenário na capital paulista reflete uma inflexão importante entre os candidatos que se apresentam uma vez que mais votados na esquerda. “Não são mais aquelas candidaturas tradicionais, vinculadas a um núcleo territorializado, mas são candidaturas de características mais ideológicas e que conseguem mobilizar eleitores e que estão no campo da esquerda e compram com radicalidade esse debate. É uma tendência de potencializar a esquerda”, avalia.
Furno lembra que, inicialmente, as candidaturas com elementos identitários – que reivindicam um espaço de protagonismo e de elaboração de política pública para quem historicamente não esteve representada nos espaços de poder – eram vistas uma vez que “surfando numa vaga eleitoreira”.
“Vai se consolidando não só uma vez que a buraco de um espaço eleitoral para esse tipo de candidatura, mas com uma tendência importante que a esquerda deve olhar uma vez que uma conquista desses setores minorizados. Uma conquista que aprofunda os aspectos democráticos, representativos e de luta política da esquerda brasileira”, acrescenta.
Ela descarta a teoria de que mandatos com essas características no Brasil sejam deslocados para pautas sem que haja recorte de classe, uma vez que ocorre, por exemplo, nos Estados Unidos.
“Historicamente as mulheres, os negros e a juventude têm, muito embora trazido a sua particularidade setorial ao debate, se posicionado sempre na resguardo das pautas tipicamente de esquerda e das candidaturas de esquerda. Acho muito importante que as principais candidaturas da esquerda eleitas a vereança na cidade de São Paulo tragam exatamente esse recorte. E não só tragam esse recorte, uma vez que tragam uma militância orgânica nestas pautas e nos partidos de esquerda.”
Edição: Nathallia Fonseca
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