A Rússia vai impor restrições aos meios de informação dos Estados Unidos em seu território em resposta às sanções de Washington ao ducto russo RT, anunciou o Kremlin nesta sexta-feira (6).
Os EUA anunciaram sanções na quarta-feira (4) contra duas entidades e dez pessoas, incluindo vários funcionários da emissora RT, acusando-os de interferência nas eleições presidenciais de novembro. Entre os alvos de sanções estão a editora-chefe do ducto, Margarita Simonian, e sua adjunta, Elizaveta Yurievna Brodskaia.
O veículo é denunciado de recrutar, de forma encoberta, “influenciadores involuntários” para estribar uma “campanha” do ducto. “Uma resposta simétrica não é provável, porque não existe nenhuma dependência estatal nos Estados Unidos, nenhum ducto estatal nos Estados Unidos. No entanto, haverá medidas para restringir a divulgação de informações dos seus meios de informação”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à dependência estatal russa RIA Novosti.
Na quarta-feira (4), a Moradia Branca acusou executivos da RT de fazer “esforços de influência maliciosa” e disse que o presidente Vladimir Putin estaria “consciente” das ações de interferência eleitoral.
Putin chegou a comentar o pleito presidencial dos EUA na quinta-feira (5) e elogiou a candidata democrata Kamala Harris. “[O presidente dos EUA, Joe Biden,] recomendou a seus eleitores que apoiem a senhora Harris, logo nós também a apoiaremos”, disse Putin, com um sorriso, em um fórum econômico em Vladivostok, no extremo leste russo.
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse que a entidade “não hesitará” no compromisso de “salvaguardar” os princípios democráticos do país e “a integridade” dos seus sistemas eleitorais.
Referindo-se às sanções contra o RT, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que trata-se de uma manobra típica da campanha pré-eleitoral nos Estados Unidos.
*Com AFP
Edição: Leandro Melito
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