Arqueólogos encontraram sementes de uva de 1,1 mil anos durante escavações no deserto do Neguev, em Israel. O DNA de uma das amostras revelou uma variedade da fruta que teria sido citada na Bíblia, durante o episódio da benção de Jacó ao seu filho, Judá.
A pesquisa divulgada em comunicado no dia 4 de maio foi conduzida pelo laboratório paleogenético do Museu Steinhardt de História Natural da Universidade de Tel Aviv e pela Universidade de Haifa.
Um total de 16 sementes de uva estavam no chão de uma sala no sítio arqueológico de Avdat, onde fica uma cidade nabateia em ruínas desérticas. Os cientistas buscaram nas amostras matéria orgânica utilizando uma técnica de espectroscopia infravermelha.
Então, eles passaram a extrair o DNA das sementes, com ênfase em cerca de 10 mil sítios genômicos onde são geralmente encontradas características específicas de variedades. Os resultados foram comparados com bancos de dados de videiras modernas de todo o mundo.
Em 11 amostras, a qualidade do material genético era muito ruim para permitir quaisquer conclusões; já em outras três foram identificadas variedades locais de uva. Finalmente, duas amostragens, ambas de cerca de 900 a.C., eram de variedades locais que existem até hoje.
Uma delas era quase idêntica à variedade Syriki, usada hoje para fazer vinho tinto de alta qualidade na Grécia e no Líbano. É possível que o nome da planta, que marca seu local de origem, seja derivado de Nahal Sorek, um importante riacho nas colinas da Judeia.
Visto isso, a fruta provavelmente é a mencionada na Bíblia em Gênesis 49:11, durante a benção de Jacó ao filho: “Ele amarrará seu jumento a uma videira, seu jumentinho ao ramo mais escolhido; ele lavará suas vestes no vinho, suas vestes no sangue das uvas”.
Outra passagem marcante é em Números 13:23, que descreve um gigantesco cacho de uvas trazido pelos homens enviados por Moisés para explorar a terra: “Quando chegaram ao Vale de Eshkol (identificado por alguns como Nahal Sorek), eles cortaram um galho com um único cacho de uvas. Dois deles o carregavam numa vara entre si”.
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