Ives Gandra – 02/07/2024 09h49
Participei da reunião do Parecer Superior de Estudos Nacionais e Política (COSENP) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), comandado pelo ex-presidente Michel Temer, que teve uma vez que conferencista Germano Rigotto (ex-governador do Rio Grande do Sul).
Conversamos muito, durante os debates que tivemos, e concluímos que o presidente Lula tem que falar pouco. Cada vez que ele fala, prejudica a economia, o mercado, a Bolsa de Valores e, ainda, faz com que os investimentos se afastem do país. Tudo isso por pretexto dos preconceitos que ele tem contra o mercado, os investidores e contra aqueles a quem ele labareda de escol empresarial. Praticamente todo o Parecer concordou.
O presidente Lula atrapalha o ministro Haddad, que se esforça para ter um controle maior da economia e do busto fiscal, que há muito os conhecedores entendem que dificilmente poderá ser cumprido. O visível é que cada vez que o presidente da República fala sobre economia, demonstra um profundo ignorância do que representa a política monetária, o que termina prejudicando o Brasil.
Ora, quase todos os analistas dizem que a recente queda na Bolsa e o aumento do dólar decorreu das reiteradas manifestações do presidente Lula, absolutamente contrárias às regras mínimas da economia, o que tem prejudicado o país.
O desempenho do Brasil em relação ao dólar e à Bolsa de Valores, tem sido o pior verosímil. Em relação às ações, todos os países, dos mais importantes do mundo aos denominados países emergentes, tiveram um propagação na Bolsa. O Japão, 15,98%; os Estados Unidos, 13,87%; a Índia, 7,97%; a China, 1,93%; a Alemanha, 7,46%; a Itália, 7,62%. Enquanto todos os países do mundo cresceram, nós tivemos, no Brasil, uma queda no mesmo período de 10,50%.
Todos os países onde as Bolsas tiveram um desempenho positivo são aqueles nos quais, por pretexto de suas políticas, os investidores podem incumbir. No Brasil tal confiabilidade cai porque os investidores têm grande preocupação em decorrência de frases uma vez que: “o que se tem que fazer é aumentar a tributação, exaltar a arrecadação, reduzir juros”; deixando nosso presidente de perceber que sem política fiscal só resta o instrumento da política monetária.
Vamos examinar agora o comportamento do dólar. Em relação a todos os países do mundo, houve uma queda muito pequena. O rand sul-africano desvalorizou 0,17%; a libra esterlina, 0,34%; Singapura, 2,42%; o dólar australiano, 2,88%. Portanto, todas elas tiveram uma pequena desvalorização. O dólar de Taiwan, 5,6%. Já o real desvalorizou 9,94%.
Ao avaliarmos, portanto, o desempenho das principais moedas, a nossa é a que teve o pior desempenho. Desvaloriza-se o real perante o dólar, o dólar sobe, a Bolsa cai e o presidente Lula continua fazendo manifestações que preocupam.
Em seguida reunião com Fernando Haddad e Simone Tebet, na qual foi solicitada revisão de gastos, zero foi feito. Somente o namoro de gastos fará com que o governo, por termo, reconheça que não é aumentando a tributação e reduzindo os juros que se combate a inflação; que não é deixando de fazer política fiscal e pretendendo destruir a política monetária que se consegue atrair investimentos. Vale sobresair: só se consegue atrair investimentos quando se tem segurança e segurança.
Ronald Coase e Douglas North foram dois prêmios Nobel de Economia. Eles diziam que é a segurança das instituições que garante o propagação de um país através da economia de mercado. Essa segurança é o que o povo brasílico quer.
O presidente Lula deveria saber, por ser presidente da República, que cada termo sua influencia todos que a ouvem. E por essa razão não deveria falar de improviso, pois fala mal. Em segundo lugar, deveria realmente consultar os seus assessores que entendem de economia, para só depois manifestar-se, a termo de não termos esses desastrosos resultados que os números da economia indicam.
* O título do item, Por que não te calas?, é uma referência à frase dita pelo rei Juan Carlos I de Espanha ao presidente venezuelano Hugo Chávez durante a XVII Conferência Ibero-Americana, realizada na cidade de Santiago do Chile, em 10 de novembro de 2007. O motivo da enunciação do rei espanhol foram as constantes interrupções do presidente Hugo Chávez na resposta do primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero em resguardo do ex-primeiro-ministro José María Aznar, a qual Chávez criticou duramente devido ao suposto pedestal de Aznar ao fracassado golpe de Estado contra o presidente venezuelano em 2002.
Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Tropa (Eceme), Superior de Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federalista da 1ª Região, professor honorário das Universidades Meridional (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris pretexto das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da Universidade do Minho (Portugal), presidente do Parecer Superior de Recta da Fecomercio-SP e ex-presidente da Ateneu Paulista de Letras (APL) e do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp). |
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