O estado de São Paulo vive uma escalada da violência policial. Do início de janeiro ao dia 03 de dezembro deste ano, 712 pessoas foram mortas por policiais militares, segundo dados do Ministério Público. O número é 74% maior do que o registrado no mesmo período do ano pretérito, quando 409 pessoas foram assassinadas. Até o final de 2023 foram contabilizadas 460 ocorrências desse tipo.
Dos assassinatos registrados até agora, 604 foram praticados por policiais no horário de serviço, e 104, por agentes em folga. O totalidade representa uma média de duas pessoas mortas pela polícia por dia.
Um desses mortos é Gabriel Renan da Silva Soares, executado pelas costas pelo policial militar Vinícius de Lima Britto em 3 de novembro, no estacionamento de uma loja da Oxxo, na zona sul de São Paulo.
Gabriel tentou furtar produtos de limpeza e foi morto com pelo menos oito perfurações de projéctil pelo policial, que estava de folga. Com a vítima, foram encontrados somente um cartão do Sistema Único de Saúde (SUS), dois pedaços de papel, uma nota de dólar e duas fotografias.
Questionada, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) informou que “todas as circunstâncias dos fatos são investigadas por meio de sindicância policial instaurado pela Partilha de Homicídios do DHPP”.
Outro caso envolve a morte do menino Ryan da Silva Andrade Santos, de somente quatro anos, que foi morto durante uma ação da Polícia Militar na Baixada Santista, no litoral paulista, em 5 de novembro. A rapaz estava brincando em uma rua do Morro São Bento, em Santos, onde mora, quando foi atingido pelos disparos. Dois adolescentes, um de 15 anos e outro de 17, também foram baleados: um deles morreu e o outro foi socorrido.
A SSP disse, em nota, que a morte de Ryan ocorreu durante um confronto entre criminosos e policiais militares. Segundo o órgão, os agentes faziam patrulhamento em uma superfície de tráfico de drogas quando foram atacados “por um grupo de aproximadamente 10 criminosos”.
Edição: Nathallia Fonseca