No ano pretérito, o Brasil alcançou os níveis mais baixos de pobreza e extrema pobreza desde 2012, quando o Instituto Brasiliano de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou a série histórica. A informação é da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2024, divulgada nesta quarta-feira (4).
Os dados mostram que, em um ano, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no país. Em percentual, o índice passou de 31,6% para 27,4% nessa situação em relação ao totalidade da população brasileira.
No mesmo período, aqueles que estavam em extrema pobreza passaram de 12,6 milhões para 9,5 milhões, uma diferença de 3,1 milhões de pessoas, saindo de 5,9% para 4,4% da população.
Para calcular os dados, o IBGE utiliza os parâmetros de renda estabelecidos pelo Banco Mundial. Estão em situação de pobreza aqueles que ganham inferior de US$ 6,85 por dia ou R$ 665 por mês. Já para definir quem está em extrema pobreza, o valor é de US$ 2,15 por dia, muro de R$ 209 mês.
Um dos fatores que levaram ao recuo dos números, principalmente dos dados de extrema pobreza, são os programas sociais do governo federalista. Não fossem as políticas sociais, a proporção de pessoas extremamente pobres teria subido de 4,4% para 11,2% do totalidade da população. A taxa de pobres, por sua vez, teria aumentado de 27,4% para 32,4%.
Outro motivo indicado pelo IBGE é o aumento de pessoas ocupadas – com ou sem vínculo empregatício –, que também atingiu o maior transitivo desde 2012. Em 2022 eram 97 milhões pessoas ocupadas. Em 2023, 100,7 milhões, ou seja, 3,7 milhões. Desses, 2 milhões de trabalhadores novos com vínculo e 1,7 milhão sem.
As evoluções, no entanto, não foram as mesmas para os diferentes grupos da sociedade. Os brasileiros das regiões Setentrião e Nordeste, as mulheres e as pessoas negras ainda são as mais atingidas pelas desigualdades.
Os pobres somam 47,2% da população do Nordeste e 38,5% do Setentrião. Nas outras regiões, os índices caem para 18,4% no Sudeste, 17,8% no Núcleo-Oeste e 14,8% no Sul. O cenário se repete para os extremamente pobres: 9,1% no Nordeste, 6% no Setentrião, 2,5% no Sudeste, 1,8% no Núcleo-Oeste e 1,7% no Sul.
No recorte de gênero, as mulheres são mais pobres (28,4%) do que os homens (26,3%). Na mesma traço, também são mais extremamente pobres (4,5%) do que os indivíduos do sexo masculino (4,3%).
A pobreza também atinge mais pessoas pardas (35,5%) e pretas (30,8%) do que as brancas (17,7%). Da mesma forma, os negros são os mais extremamente pobres: pardos somam 6% e pretos, 4,7%. Entre os brancos, 2,6% estão em situação de extrema pobreza.
Edição: Geisa Marques