35 dias. Esse foi o tempo da propaganda eleitoral gratuita de 2024 — pelo menos, até agora. Caso haja segundo vez em seguida domingo (6), teremos mais 15 dias de divulgação de projetos na televisão e nos rádios do Brasil.
Porém, tal qual os debates das últimas semanas, os candidatos e candidatas aproveitam seu espaço mais para estrebuchar os concorrentes do que para proteger suas próprias propostas. A noite de ontem (3) foi a epítome de todo nascente processo, com debates das principais capitais brasileiras.
Indo para o outro extremo do país, o atual prefeito de Recife (PE) João Campos (PSB), e mira dos concorrentes, foi criticado pelo programa “Puerícia na creche”, de convênio com instituições privadas, em que murado de um terço das creches pertencem a candidatos a vereador a ex-assessores da sua base, e pela falta de investimento no consórcio de transportes.
Já em Belém (PA), a COP-30 atravessou todas as pautas direta ou indiretamente, mas, ao mesmo tempo, temas ligados ao enfrentamento ao desmatamento, resguardo do bioma e mudanças climáticas não foram mencionados, mesmo sendo o principal eixo da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, que será sediada na cidade.
Em Fortaleza (CE), a geração da taxa de lixo e a polêmica em torno da CPI do Narcotráfico foram os principais temas; Teresina (PI), por sua vez, trouxe embates sobre saneamento indispensável e saúde; em Natal (RN), o candidato Carlos Eduardo (PSD) foi criticado por ter tido diversas chances de melhorar a cidade, sem nunca fazer um pouco de impacto; e em Goiânia (GO), um debate morno favoreceu justamente quem já está no topo das pesquisas, Sandro Mabel (UB) e Adriana Accorsi (PT).
A tática dos ataques pode funcionar, pero no mucho. Embates e troca de insultos costumam viralizar nas redes sociais, porém a falta de apresentação de propostas não ajuda o sufragista a resolver quem realmente tem o melhor projeto para a sua cidade.
E são posturas logo que, com frequência, acabam criando todo o oração antipolítica que inclusive é defendido por muitos candidatos. A teoria de romper com um sistema supostamente falido é encantador e, no término, acaba sendo muito mais sobre quem foge do padrão do que sobre quem tem propostas mais interessantes.
O Brasil de Veste, inclusive, fez um balanço impresso da situação eleitoral para a cidade de São Paulo para, quem sabe, dar uma ajudinha para quem não sabe para onde passar. E no site, a cobertura não parou em momento qualquer, trazendo destaques dos debates e das pesquisas, e outras investigações que podem te ajudar na escolha.
No término das contas, o que precisamos lembrar é da prestígio do voto. Enfim, vivemos nas cidades e queremos ter uma experiência boa, pensando em tudo ao nosso volta. O voto não deve ser esbanjado e nosso papel não termina domingo, pois precisamos cobrar os eleitos. Para agora, essa é a mensagem que importa.
Do lado de cá, seguiremos cobrindo, reportando e cobrando, finalmente, é logo que o jornalismo de qualidade deve ser. E você pode nos ajudar a seguir com nascente trabalho se tornando um apoiador da luta do jornalismo independente. Apoie e lute com o Brasil de Veste.
Nos vemos do outro lado, Rafaella Coury Coordenadora de Redes Sociais |
Edição: Nathallia Fonseca
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