Visões de cidade antagônicas ditaram o tom do último debate entre os candidatos à Prefeitura de Florianópolis. Disparado na liderança em todas as pesquisas de intenção de voto na capital catarinense, o atual prefeito Topázio Neto (PSD), tornou-se mira de todos os outros candidatos. Além dele, participaram do programa da NSC TV, afiliada da TV Orbe, Dário Berger (PSDB), Lela (PT), Marquito (Psol), Pedrão (PP), Rogério Portanova (Avante).
A tônica foi de protesto à atual gestão da prefeitura e de denúncias de prevaricação, chamada de “a mais corrupta da história”. Um dos casos evocados foi o da chamada “máfia das funerárias” – revelado pelo jornal O Orbe – um esquema de fraude nos serviços funerários da cidade que atuava “nos moldes de um verdadeiro privilégio”, segundo o Ministério Público de Santa Catarina. Topázio diz que “abriu a caixa preta da prefeitura” e negou que sua gestão seja corrupta. “Nenhum prefeito desta capital combateu tanto a prevaricação uma vez que eu combati”, disse.
Para além das acusações de prevaricação e da troca de farpas de diferentes candidatos com o atual prefeito, todos os prefeitáveis prometeram melhores serviços de saúde e de instrução, com diferentes tipos de propostas. Marquito e Portanova foram os únicos candidatos a tutelar modelos de desenvolvimento da cidade com ênfase na preservação ambiental.
Marquito, segundo disposto nas últimas pesquisas, evocou seu histórico de lutas em resguardo dos ecossistemas de Florianópolis, capital que possui 27% do seu território em unidades de conservação. Ele defendeu o fortalecimento dos órgãos de planejamento urbano e a geração de uma secretaria de Resguardo Social e Mudanças Climáticas.
“Hoje eu sei o quanto que é importante ser um ambientalista, um ecologista. No atual contexto que a gente está vivendo, de crise climática profunda, em que as pessoas estão preocupadas com poder respirar, ingerir chuva, ter um mínimo para prometer uma qualidade de vida e, principalmente, para não tolerar as consequências que trazem tragédias econômicas, sociais, para esses eventos climáticos extremos.”
O candidato do Psol prometeu tutelar o caráter público da Comcap, empresa que faz a gestão da coleta de lixo e zeladoria dos espaços públicos da cidade, e disse que vai fazer “uma revolução na gestão dos resíduos sólidos”, reduzindo em 60% os gastos atuais com aterros sanitários privados. Engenheiro agrônomo, ele defendeu ser provável minimizar os custos usando técnicas de compostagem e descentralização da gestão do lixo.
Ex-prefeito da cidade entre 2005 e 2013, Dário Berger prometeu uma governo mais enxuta, com menos cargos comissionados e menos gastos administrativos. Ao mesmo tempo, disse que vai zerar a fileira da saúde. Também afirmou que vai revogar o aumento da taxa de lixo mais recente. Berger é o terceiro disposto nas pesquisas, bravo pelo ex-prefeito Gean Loureiro, e não fez um debate veemente.
Pedrão (PP), ex-vereador e antes desempenado a pautas mais progressistas, adotou a linha-dura e prometeu internar compulsoriamente a população em situação de rua. Defendeu impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF) Alexandre de Moraes e se disse um candidato anti-sistema.
Edição: Rodrigo Chagas
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