Em um cenário de aquecimento global rápido, com 2023 registrado porquê o ano mais quente da história e 2024 seguindo a mesma tendência, especialistas apontam a agroecologia porquê solução para enfrentar os desafios climáticos e sociais. Essa abordagem promove uma cultivação sustentável, capaz de combater a crise cevar e fortalecer comunidades vulneráveis.
Ondas de calor, incêndios florestais e secas extremas têm assolado regiões da Europa, das Américas e da Ásia, levando as Nações Unidas a alertar que o período entre 2023 e 2027 será o quinquênio mais quente já registrado. No Brasil, as mudanças climáticas já mostram efeitos devastadores: o rio Solimões, na Amazônia, está quase sedento, enquanto cidades do Sul enfrentam inundações severas. No Sudeste, tempestades deixam São Paulo no escuro por dias consecutivos.
Apesar dos alertas, a resposta global à crise climática tem focado principalmente na redução de combustíveis fósseis, enquanto o impacto da cultivação industrial – um dos maiores emissores de gases de efeito estufa (GEE) – continua sendo subestimado. A cultivação industrial é vista porquê uma solução para a instabilidade cevar, mas, na veras, está devastando ecossistemas e contribuindo para a crise climática.
Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização das Nações Unidas para a Sustento e Lavra (FAO), muro de 800 milhões de pessoas passaram míngua no planeta em 2023, embora a produção global de comida tenha gerado provisões suficiente para cevar todo o mundo.
A FAO também estima que o mundo perdeu aproximadamente 75% da multiplicidade de cultivos no século pretérito. Em muitos lugares, a produção de provisões ricos em micronutrientes importantes para os seres humanos foi sendo deixada de lado, em detrimento de cultivos mais lucrativos.
O papel transformador da agroecologia
“A agroecologia vai além da questão da forma de cultivo das vegetalidade e geração bicho, considerando a interação homem-ambiente-produção de provisões, ela pode trazer soluções interessantes porquê selecção para a crise climática. Alguns exemplos são a diversificação de culturas, menor uso de agrotóxicos, diversificação ambiental na propriedade rústico através de medidas de convívio”, destaca Eduardo de Sá Mendonça, da Pronunciação Vernáculo de Agroecologia (ANA).
O relatório Agroecology and the Right to Food (Agroecologia e o Recta à Sustento), elaborado pelo relator privativo da ONU Olivier De Schutter, destaca que a agroecologia é capaz de cevar populações vulneráveis, reparar danos ambientais e fortalecer a cultivação familiar. “A agroecologia oferece um protótipo que equilibra justiça social e sustentabilidade ambiental”, afirma De Schutter em divulgação do relatório.
Bruna Zimpel, produtora agroecológica e integrante da Direção Vernáculo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terreno (MST) pelo Paraná, reforça essa visão. “A agroecologia, é um projeto de sociedade que desafia o capitalismo destrutivo. Ela promove relações emancipatórias e um desvelo maior com a natureza, além de produzir provisões saudáveis”.
Ao contrário da cultivação industrial, a agroecologia contribui para a mitigação das mudanças climáticas ao exprimir menos gases de efeito estufa e reduzir a erosão ecológica causada pela mecanização intensiva. Ela descentraliza a produção, promovendo práticas agrícolas em pequena graduação que tornam as culturas mais resilientes a choques climáticos.
Embora haja um equívoco de que a agroecologia não seria capaz de cevar grande populações, estudos mostram que pequenos agricultores já fornecem muro de 80% da produção cevar na Ásia e África subsaariana, enquanto a cultivação industrial prioriza exportações, beneficiando principalmente multinacionais, sem retorno aos agricultores.
Mas a transição para a agroecologia enfrenta barreiras significativas. Segundo Bruna Zimpel, “a falta de programas de formação e divulgação dessas práticas impede a adoção em larga graduação. Muitas vezes, o conhecimento é pretérito de família para família, em um trabalho de formiguinha”. Outrossim, é preciso mais financiamento público para concordar sistemas alimentares sustentáveis e fomentar a soberania cevar, priorizando o bem-estar dos pequenos produtores e o uso de alternativas aos agrotóxicos.
Na perspectiva de horizonte, a agroecologia é citada porquê selecção fundamental para o enfrentamento às mudanças climáticas. As alterações no clima, apontam cientistas, são consequência direta da degradação ambiental provocada por ação humana, porquê desmatamento, queimadas, uso intenso de agrotóxicos na cultivação, entre outras ações nocivas à vida no planeta.
Iniciativas agroecológicas no Paraná
No Paraná, a agroecologia já está transformando vidas. A Agrofloresta Papa Francisco, em Curitiba, é um exemplo de porquê essa prática pode restaurar áreas degradadas e fornecer provisões saudáveis. Mantida pelo Núcleo de Assistência Social Divina Misericórdia em parceria com o Coletivo Marmitas da Terreno e o MST, essa agrofloresta gera provisões para mais de 500 pessoas em situação de vulnerabilidade.
No Sudoeste do estado, mulheres do MST estão adiante de coletivos que debatem e reivindicam direitos, principalmente o recta à sustento saudável. “Nos assentamentos, a luta é construída em família, mas as mulheres têm um protagonismo significativo, debatendo cooperação e produção coletiva. Elas compreendem o que é um comida de verdade”, afirma Zimpel.
Márcia Borges, moradora do acampamento Fidel Castro, em Centenários do Sul, Setentrião do Paraná, celebra a conquista da certificação orgânica para a produção de hortaliças, destinadas ao Programa Vernáculo de Sustento Escolar (Pnae). “Estamos emocionados por entregar provisões saudáveis e livres de agrotóxicos para as escolas. Isso nos incentiva a continuar e engajar mais pessoas na agroecologia”.
O maior repto na transição para a produção agroecológica, segundo ela, foi romper com os métodos convencionais de cultivo. “Eu estava acostumada com o protótipo convencional, onde tudo era permitido. O grande repto foi aprender a combater pragas de maneira sustentável e entender porquê produzir de forma saudável”, relata. Hoje, ela se orgulha da mudança. “Saber que estamos produzindo nosso próprio comida saudável e gerando renda é uma grande satisfação”, comenta.
Em setembro, 36 famílias sem terreno, integrantes do Núcleo Antônio Tavares de Produção de Provisões Saudáveis, comemoraram a conquista da certificação orgânica para a horto coletiva onde trabalham há seis anos. Fundada em 2018, a horto se tornou um exemplo de produção sustentável.
O progresso na produção agroecológica faz secção do projeto de Assistência Técnica e Extensão Rústico (Ater) Semeando Gestão, que visa fortalecer a organização produtiva e sustentável. A iniciativa tem porquê objetivo incentivar a produção de provisões livres de químicos, abrangendo 2,5 famílias do campo em todo o Paraná. O projeto é uma parceria entre a Itaipu Binacional, a Cooperativa Mediano da Reforma Agrária (CCA) e o Parque Tecnológico Itaipu (Itaipu Parquetec).
Ao todo, 31 entidades, entre cooperativas e associações da reforma agrária e da cultivação familiar, participam do projeto, com a missão de qualificar e expandir a produção sustentável. Entre essas organizações estão a Terreno Livre, do assentamento Respondido, a Copavi, de Paranacity, e a Maria Rosa do Respondido, de Castro, todas já certificadas com produção 100% agroecológica.
Essas cooperativas também fornecem produtos para programas porquê o Pnae e o Programa de Obtenção de Provisões (PAA), garantindo provisões de qualidade para escolas públicas e cozinhas comunitárias.
A multiplicidade da produção agroecológica do Paraná é celebrada anualmente na Feira da Agrobiodiversidade Camponesa e Popular, secção da Jornada de Agroecologia. Neste ano, a Jornada acontece entre os dias 4 e 8 de dezembro, no Núcleo Politécnico da Universidade Federalista do Paraná (UFPR).
Manadeira: BdF Paraná
Edição: Ana Carolina Caldas