“Nossa sustentabilidade veio sempre da terreno, mas antes da agroecologia, a gente trabalhava falso porque acreditava que vida saudável era só para rico”, diz Maria da Conceição Miranda Ferreira, conhecida porquê Ceiça, produtora agroecológica que vive com o marido Natalino Ferreira e três filhos no assentamento 8 de Abril, em Jardim Feliz, centro-oeste do Paraná, desde 2000.
A luta pela terreno das primeiras famílias que ocuparam as terras da improdutiva Herdade Corumbataí, em de abril de 1997, garantiu a formalização do assentamento em 2004. Tapume de 500 famílias foram assentadas. Entre as várias conquistas da comunidade está a Cooperativa de Comercialização Camponesa do Vale do Ivaí (Cocavi), fundada em 2009.
A produção é diversa: feijoeiro, soja, alho, milho, ovos caipiras e sementes em universal. Além de prometer maná para o consumo próprio, a produção da comunidade abastece 29 escolas em oito municípios da região, por meio do Programa Vernáculo de Alimento Escolar (Pnae), e chega a mercados e comércios locais, por meio da venda direta.
O dia a dia da família de Ceiça e Natalino está totalmente vinculada e transformada pela Cooperativa e os ensinamentos que vieram do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terreno (MST). “Nossa rotina hoje é de segunda a sexta trabalhando no processamento de vegetais junto com a Cocavi, sempre com muito carinho por esta nossa conquista.”
Segundo conta Ceiça, até o ano de 2000 ela diz que a família trabalhava de forma errada. “Antes de chegarmos no assentamento tudo era muito difícil. Mas, depois veio a mudança em nossa vida, através das formações, adquirindo conhecimento e nos organizando entendemos a agroecologia e nossa vida mudou. Antes, por exemplo, não sabíamos que era falso queimar as vegetações secas, hoje sabemos porquê fazer adubos e, inclusive, fomos certificados com produtores de orgânicos”, conta.
Vida mais saudável porquê recta
Para ela, além da vida se tornar sustentável a partir do trabalho na terreno, a família adquiriu uma vida mais saudável que acreditavam não ser recta deles. “Hoje temos vida com saúde, na mesma medida que aprendemos a cuidar da terreno, aprendemos que é nosso recta também ter uma vida mais saudável”, diz.
“Achávamos que tudo isso era coisa de rico, que só rico tinha recta a nascente tipo de vida sustentável e com saúde. Nos sentimos livres com tudo o que aprendemos e vivemos”, finaliza Ceiça.
Manancial: BdF Paraná
Edição: Lucas Botelho