Eleita com 3.062 votos, a vereadora do PSB, Camila Gonda será a segunda vereadora mais jovem da Câmara Municipal de Curitiba. Oriundo da capital paranaense, ela terá 24 anos quando tomar posse em janeiro e diz que pautas voltadas para a juventude será uma das suas prioridades.
Formada em Recta pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), mestranda em Ciências Sociais pela Universidade Federalista do Paraná (UFPR), em entrevista ao Brasil de Indumento Paraná, ela diz que seu envolvimento com a política começou no ensino médio quando começou a participar do movimento estudantil. Observando a vida dos pais trabalhadores para sustentar a vivenda, Camila atribui a estes exemplos o desenvolvimento do seu tino crítico e libido de transformar a verdade.
Confira a entrevista.
Brasil de Indumento PR: Gostaria que você contasse quando e por que se envolveu com política.
Camila: Eu sou a primeira pessoa na família a participar de política. Ou seja, não tenho pais na política, mas tenho pais trabalhadores, o que me fez, olhando a vida deles, desenvolver tino crítico sobre a verdade. Meu envolvimento com a política começa ainda no ensino médio participando do movimento estudantil.
Já a militância político partidária começa quando eu ingresso na universidade e lá comecei a compreender o cenário político brasílico. E portanto eu me filio primeiramente ao PDT, principalmente por culpa das eleições [Fernando] Haddad versus [Jair] Bolsonaro. Neste partido, eu presido a juventude socialista e represento também o partido no Juízo Estadual da Juventude.
Logo depois faço a transmigração para a juventude do PSB e para o partido e construo ali uma política progressista na nossa cidade.
Qual sua história em relação à cidade de Curitiba?
Eu sempre vivi em Curitiba, sempre morei cá, é a cidade que eu ocupo, é a cidade que me vejo representada, porque, enfim, é uma vez que se fosse de traje a minha vivenda. Ocupo a cidade uma vez que jovem, que utilizava o transporte coletivo para chegar na faculdade, mas, sim, pautada por privilégios, porque graças aos meus pais que sempre acreditaram no poder da instrução, trabalharam incansavelmente para que eu tivesse aproximação à instrução. Mas, vivendo a cidade, fui tendo consciência de que nem todo jovem consegue fazer uma faculdade, nem todo jovem consegue ingressar num mestrado, existem vários limitadores, várias barreiras.
Com a minha mãe professora, que trouxe essa bagagem sátira e me apresentou a cidade, que ocupou enquanto mais jovem, que pega transporte coletivo, que se movimenta na cidade, que trabalha, estuda, enfim, ocupando esse espaço que a juventude ocupa na nossa cidade na maneira de transitar, de precisar acessar, enquanto mulher, também, no olhar da escassez de segurança.
E, quais são as principais pautas que deseja trabalhar a partir do ano que vem uma vez que vereadora de Curitiba?
As nossas três maiores bandeiras são a juventude, as mulheres e a instrução. Porquê vereadora, sei que sou só uma ponta do que é a política. A gente só é a segmento que aparece basicamente, mas, dentro das instâncias partidárias, nós precisamos de mulheres ocupando esses espaços, porque, na hora de a gente fazer a distribuição de numerário para as candidaturas femininas, nós precisamos que uma mulher esteja primeiro disso para conseguir compreender as diferentes realidades que as mulheres enfrentam e um olhar também interseccional.
Eu sou uma mulher de 24 anos que começou a militar politicamente com 17, 18 anos e, por isso, quero transfixar espaço e colocar a juventude em espaços de poder e, enfim, de valia, onde a juventude consiga colocar na mesa quais são as suas próprias demandas. Enfim, é a juventude que está aí sofrendo a burocratização do processo para conseguir o passe livre estudantil. Nosso horizonte procuração quer olhar para as diferentes juventudes que Curitiba possui, compreendendo as suas particularidades e, principalmente, tudo o que a desigualdade social evidencia para a nossa juventude.
E a instrução, acredito muito na instrução de Paulo Freire, que seja uma instrução transformadora e que consiga trazer tino crítico para os nossos jovens. A gente precisa fomentar o estudo da sociologia, da filosofia, das humanidades.
Mas, obviamente, a gente vai precisar de uma construção conjunta, sempre colocando os agentes políticos e públicos que falam sobre essa demanda. Logo, se a gente vai falar de ciclistas, é um ciclista que vai falar uma vez que que é ser ciclista em Curitiba, não sou eu que vou falar pelos ciclistas, etc. Ninguém deve estar na política por ego, a gente tem que estar na política para transfixar espaço e para, de traje, edificar um pouco que seja contundente.
Porquê você avalia a atuação da Câmara Municipal de Curitiba nos últimos anos?
Ainda falta continuar muita coisa, muitas discussões. A gente precisa cada vez mais de mandatos combativos. A gente precisa cada vez mais de mandatos que, de traje, insiram a população na discussão de políticas públicas. Essa visão de nós versus eles, que é o poder público extremamente ausente da população, é o que sempre me incomodou. Representantes do povo precisam estar ao lado do povo, e eu sou totalmente contra esse retiro das figuras políticas do povo, principalmente quando a gente está falando de vereadores.
Porque os deputados federais ainda ficam longe, lá em Brasília. Os deputados estaduais, muitas vezes, são de outras cidades, precisam se mudar para Curitiba para fazer as sessões plenárias. Os vereadores, não. Os vereadores estão aí, ocupando a cidade, movimentando na cidade, e eles precisam ser vistos pela população. Logo, tudo isso a gente precisa colocar em taxa e eu acho que o nosso horizonte procuração está pronto para, não digo mudar radicalmente tudo, mas mudar isso com a ação coletiva e de passo em passo para que a gente consiga compreender o ideal político que a gente tanto quer.
Manadeira: BdF Paraná
Edição: Lucas Botelho