A Marinha do Brasil publicou neste domingo (1⁰), em homenagem ao 13 de dezembro, Dia do Navegador, um vídeo comparando a curso militar com a de civis. Enquanto os membros das Forças Armadas aparecem salvando o país com seu trabalho difícil, os demais cidadãos brasileiros são retratados em momentos de descontração, praticando esportes e viajando. A peça audiovisual, de 1 minuto e 15 segundos, é concluída com a frase: “Privilégios? Vem para a Marinha”.
A divulgação do vídeo acontece em meio à discussão sobre cortes de benefícios a servidores da Marinha e gerou críticas nas redes sociais. O repórter e médico Bruno Gino, por exemplo, publicou um vídeo incluindo os trabalhadores brasileiros em ação na cultura, construção social, transacção, entre outros serviços essenciais para a economia brasileira.
Outras reações ao vídeo destacam a “vergonha” e a “desonestidade” de se retratar civis em situações de festas e lazer quando, na verdade, a maioria trabalha na graduação 6×1 para sobreviver e, inclusive, para remunerar salários e benefícios de membros das Forças Armadas e demais servidores públicos.
Ei, Marinha, eu consertei a cagada que vocês fizeram 👍🏼 pic.twitter.com/j3Ek64Ccij
— Bruno Gino, MD, MHSc (@DrBrunoGino) December 2, 2024
Cortes no orçamento militar
Na última quarta-feira (27), o governo federalista anunciou um pacote de ajuste fiscal que prevê mudanças na previdência das Forças Armadas, com a previsão de gerar uma economia R$ 4 bilhões em dois anos aos cofres públicos. “Para as aposentadorias militares, nós vamos promover mais paridade, com a instituição de uma idade mínima para a suplente e a limitação de transferência de pensões, além de outros ajustes. São mudanças justas e necessárias”, disse o ministro da Quinta, Fernando Haddad, em pronunciamento.
A idade média atual para aposentadoria no setor militar é de 52 anos, limite que subiria para 55 segundo a novidade proposta do governo. As mudanças devem ser formalizadas em um projeto de lei que o governo promete enviar ao Congresso nos próximos dias.
Neste sábado (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Resguardo, José Múcio Monteiro, se reuniram no Palácio do Planalto com os comandantes das Forças Armadas, que buscam minuir a perda de benefícios, mormente em relação ao aumento da idade de aposentadoria. A reunião ocorreu dias depois da divulgação do relatório da Polícia Federalista (PF) sobre a tentativa de um golpe de Estado em 2022. Dos 37 indiciados pela PF, 25 são militares.
Edição: Martina Medina