O dólar encerrou esta segunda-feira (2) com uma valorização de 1,11%, cotado a R$ 6,0680, marcando o segundo fechamento ininterrupto supra de R$ 6. Ao longo do dia, a moeda americana oscilou entre R$ 5,9959 e a máxima de R$ 6,0919, renovando seu recorde histórico de fechamento.
A instabilidade reflete a reação do mercado ao pacote fiscal anunciado pelo governo na semana passada. Entre as medidas estão novas regras para reajuste do salário mínimo, limites para aumentos salariais no setor público e critérios mais rigorosos para a licença de benefícios sociais.
No entanto, analistas avaliam que as propostas são pouco detalhadas e não garantem um impacto positivo simples na política fiscal. Ou por outra, há preocupação sobre a aprovação das medidas no Congresso.
Outro ponto de atenção é a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 milénio mensais. Estimativas do mercado indicam que essa medida pode gerar um dispêndio de R$ 40 bilhões a R$ 50 bilhões, neutralizando os possíveis ganhos fiscais do pacote e levantando dúvidas sobre o compromisso do governo com o estabilidade das contas públicas.
No cenário internacional, declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também pressionaram o câmbio. Trump ameaçou impor tarifas de 100% aos países do Brics, caso o conjunto busque substituir o dólar em suas transações comerciais.
“Exigimos compromisso desses países de que não criarão uma novidade moeda Brics […] ou enfrentarão tarifas de 100% e devem esperar expor adeus à venda para a maravilhosa economia dos EUA”, escreveu Trump na rede social Truth.
A ameaço veio depois uma cúpula do Brics, realizada em Kazan, na Rússia, onde os membros do grupo discutiram alternativas para fortalecer moedas locais e diminuir a obediência do dólar nas transações internacionais. E mais: Novidade regra da ANS cancela projecto de saúde com duas mensalidades atrasadas. Clique AQUI para ver. (Foto: PixaBay; Natividade: Investidor Estadão)