O busto da líder quilombola Maria Conga, vandalizado no último dia 19, véspera do feriado da Consciência Negra, foi reparado neste sábado (30) pela prefeitura de Magé, cidade da Baixada Fluminense, região metropolitana do Rio de Janeiro.
A placa com a minibiografia da líder negra foi reposta, posteriormente ter sido arranque. Instalado no Píer da Piedade em novembro de 2021, levante foi o segundo incidente de vandalismo contra a homenagem à personalidade histórica. Em 2023, a representação de Maria Conga foi grafitada com símbolos nazistas.
A prefeitura de Magé labareda o reparo deste sábado de um ato contra a intolerância. “Essa mulher que foi extremamente necessária na luta do povo preto, da nossa cidade, do nosso país, na resistência e no guarida aos escravizados”, afirmou o secretário de Cultura, Turismo e Eventos, Bruno Lourenço. “Vamos permanecer na resistência por entender a premência de continuar contando a nossa história e as nossas origens”, completou.
Quem foi Maria Conga
O busto criado pela artista Cristina Febrone fica no Píer da Piedade, banhado pela Baía de Guanabara. O sítio tem simbolismo histórico, pois foi ponto de chegada de africanos aprisionados durante a escravidão.
Maria Conga nasceu no Congo, oeste da África, em 1972. Era filha de um rei, mas foi retirada da sua terreno em um navio negreiro que a levou escravizada para a Bahia, por volta de 1804. Aos 18 anos, Maria teria sido vendida a um senhor de talento de Magé e, aos 24 anos, novamente comercializada para um conde.
Ela conquistou a libertação aos 35 anos e fundou na cidade o quilombo Maria Conga, para dar abrigo a outros negros que fugiam da escravidão. Até hoje há uma comunidade quilombola no município.
Nos anos 2020 e 2024, Maria Conga foi homenageada por enredos das escolas de samba Acadêmicos da Rocinha e Estácio de Sá, respectivamente, ambas no grupo de chegada do carnaval carioca.